Flor Preta

2 0 0
                                    

Até quando?
Suportará... a dor,
Em silêncio
Nós não acreditamos em mudanças
Somos, fiés escudeiros da desesperança
Eu... clamo, ao ódio
O extermínio, absoluto
De toda luz
É isso? Não muda
Maldito seja,
Este maldito coração
Que insiste...
Em amar a beleza
E se apaixonar, perdidamente
Maldito seja,
O maldito eu
Que não consegue,
Simplesmente, se perder
E esganar seus sonhos
Não, não sou capaz
Então... por que insisto
Sempre e sempre
Quero liquidar minha fé
Por que, MALDITO
Por que... acredita?
Eu estou farto
Dê-me o veneno
Desejo apodrecer
Definhar, aniquilado
Não sustento mais promessas
Do que aquilo que o vento leva
Se afogue, se deleite
Nesta morte lenta
E precoce
Nunca... vivi
Talvez seja essa
Minha tolice
Amargo...
Mas, sempre belo
O covarde fitará o céu
E bêbado, anunciará a verdade
Eis que me faço, desgraça
Para rugir, minha própria alma
É que embrigada, em morte
Floresce
Essa majestosa flor
E o mundo, e os deuses
Sangrarão
Derrota e inveja
Mágoa e angústia
Porque nada jamais será,
Igual

O LABIRINTO DOS SINOS - Livro de PoesiasOnde histórias criam vida. Descubra agora