As Dores da Perdição

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Tropeço, mas não caio
Já não sou mais capaz de me salvar
Mas ainda posso procurar
Aquilo que sempre quis encontrar
Vagar e vagar,
De desertos a oceanos
Essa dor, que carrego aqui dentro
Jamais me abandonará
Mas isso não me impedirá
De seguir em frente, continuar
Eis o que fazemos,
Sonhar
Eis o que vivemos
O despertar
Em pequenas doses, cruéis ou belas
De verdades, que provocam o ser
Um olhar distinto, além do abismo
Além do paraíso esquecido
Eu carrego a morte em minha face,
Mas meus olhos, transbordam vida
Angústias, à cada segundo
Mas meu significado, se tornou um porto seguro
Onde posso me deitar,
E descansar...
Ciente de que tudo o que sou
E de que tudo que será
Ainda refletirá
Essa eterna jornada mortal
Onde anjos e demônios
Choram juntos
Uma mesma canção
As dores da perdição
E no entanto, é belo
Enxergar neste corpo
Em suas cicatrizes e sangue
O vislumbre do deslumbre
Pois, ainda que amargo,
Adoecido...
O sentido,
Sempre estará comigo
É este conflito,
E tudo que jamais será esquecido
A beleza deste ser vivo
Que entre mares e tempestades
Jamais se acomodou como covarde
Eu choro um sorriso
Meu sorriso verte lágrimas
Em tudo, há poesia
Em tudo, há melodia
Firmando-se fundo,
E profundo...
Eu compreendo,
Minha formidável explosão,
Meu coração
Se converteu, numa resolução
Para a qual caminho,
Traçando este destino
Que entre mundos,
Jamais será mudo
Mas sim, valente
Não pelo que fez ou deixou de fazer
Mas pelo que sente,
E pelo poder
Que toca o ser

O LABIRINTO DOS SINOS - Livro de PoesiasOnde histórias criam vida. Descubra agora