A Torre da Consumação

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VAMOS

AGORA

EU QUERO

FAÇA!

Eu estou erguendo minhas mãos para o céu
Eu estou entregando meu espírito
Foi uma longa jornada, estou pronto para descansar
Entre acasos e destinos, quem irá acreditar em sentidos?
Este mundo me pôs de joelhos
Juramentos deram lugar ao desespero
Eu não posso mais,
Mas eu ainda me pergunto
O que você está esperando de mim?
Eu achei que tinha o bastante
Mas a queda sempre renova sua perspectiva
Mas eu insisto em perguntar
O que você espera de mim?
Se fosse possível entender
Eu seria capaz de me prender
A isso?
A este propósito?
Ou vagaria incessantemente,
Outra vez
Procurando ajustar,
O mundo, aos meus ideais
Tão egoísta, me sinto cansado
Lutei noite após noite
Mas aonde cheguei?
Tão derrotado quanto no começo
Quando o golpe bruto
Me chocou contra o chão
Eu sinto o gosto do aço
Que cerrou meus tendões
Já não posso andar
Só me resta rastejar
Mas quem dirá
E quem definirá
O que sou, o que fui
Meus olhos cansados...
Não compreendem a luz
Porque tudo, sempre esteve distorcido
Ergo minha voz, cantando a canção
Que clama pela redenção
Não tenho forças para dizer
Mas as palavras ganham vida
Não tenho forças para fazer
Mas os músculos se mexem
Mesmo rendido,
Não estou entregue
Quando cruzo a linha
Tudo se ajusta
Ao redor desse corpo estranho
Que chamo de vida
Porque meu suor,
E minha guerra
São, distintamente
Perceptivas,
Compreensivas
Aos olhos que sozinho
Observo,
E que distantes,
Me contemplam
Digerindo verdades
E suspirando estandartes
Interessados,
Sugerindo...
É dentro de mim,
Para mim
Guerra ou morte.
Então...
Ainda sei
Que me restam
Dias e noites,
Para cair e me erguer
Tantas vezes quanto for preciso
Para no fim, encarar
Tudo e todos,
Uma última vez
E afundar...
Nessa essência que transformará
O morto
Em vivo
O fraco
Em forte
O anjo
Em demônio
O demônio
Em anjo
Onde os acasos e destinos
Os opostos e relativos
Se encontram para uma última dança
A viúva e o noivo abatido
Que juram... um dia
Voltarão a se encontrar
Mas agora,
É lutar
Renascer
Prevalecer
Fincar a espada
E caminhar, pois não há para onde voltar
Insistir, e seguir
Sob a eterna madrugada

O LABIRINTO DOS SINOS - Livro de PoesiasOnde histórias criam vida. Descubra agora