O Prisioneiro do Céu

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O céu desabou sobre mim
Braços e pernas, acorrentados
O espírito, subjugado
O corpo, nocauteado
E no entanto, mantenho os olhos calmos
E um sorriso, ingrato
Eis-me aqui, o Prisioneiro do Céu
Cujas palavras e vivência,
Retificam a decadência,
De caráter e plenitude,
Dos soberanos do universo
Amor? Eu não quero amor
Amor é o que os homens buscam,
Quando já não existe nada que valha a pena
Porque se há, é tempo de suor e sangue
Equilíbrio? Por favor, não seja tão decadente
Não vê, que é deprimente?
A existência se impõe,
A favor de nossas dores
Em detrimento de nossos prazeres
Como eu poderia, compactuar
Com uma coisa tão mesquinha
E perversa?
Pouco ideal
Jogar os vivos aqui, neste mundo
Sem que se saiba
Dos propósitos e acasos
Esperando que vivam vidas inteiras
Em esforço contínuo
Pouco deleitando
Escravos, nascemos para isso
Uma escravidão, que abateu a maioria de nós
Mas, oh... o indomável espírito humano,
Ainda reside, nesses que insistem
Em se erguer, e proclamar
Sua própria liberdade
A filosofia é inútil?
É melhor do que deuses
Que dizem muito,
E fazem pouco
A filosofia depende de nós,
E serve... para abrir portas
Que jamais seriam encontradas
Pela apatia do conformismo
Eu não estou interessado, em lagos e peixes pequenos
Em verdade, os vejo, e sinto raiva, nojo
Sua insignificância, seu descaso
Suas vaidades e seu ego
Que nunca vão além,
De uma essência medíocre e,
Patética...
É desses que o universo gosta
Porque esses aceitam, esses são gado
Esses estão, focados, em seus mundinhos ordinários
Não buscam verdades, não buscam profundidade
São meros peões, que jamais conhecerão o poder do fogo
Eu olho pra tudo, pra todos
Com desprezo e superioridade,
Porque sei o que sou,
Em significado e poder
Os meus, e somente os meus
Estes que me fazem companhia nesta cela maldita
Esses sim, têm meu respeito
Porque o universo viu,
E saboreu o nosso perigo
Nossa morte, nossa queda
Alinharia-se aos planos do cosmos
Porque o que carregamos,
É fogo, que queima...
Além do infinito
Tudo que for preciso
Sou a ameaça das ameaças
Sou o revólver
Meus olhos, o brilho
Perfuram, matam
Verdades, realidades
Deuses, universos
Um triunfo...
Aprisionado
Esperando, o momento certo
Para se erguer e, vencer

O LABIRINTO DOS SINOS - Livro de PoesiasOnde histórias criam vida. Descubra agora