Entre Sombras, Brasas da Ressurreição

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Leve-me embora deste pesadelo
Para onde minha miséria jamais possa me alcançar
Eu estou afundando outra vez,
Perdido entre as ruínas de um sonho despedaçado

Este inferno...
Este maldito inferno...
Traga-me, sou um espírito derramado

Não, eu não posso salvar
Eu preciso deixar para trás
Eu nunca pensei,
Que um ideal pudesse custar tão caro

Perceba, o meu silêncio
Oculta os gritos da morte

Então liberte-me outra vez...
Através das promessas abandonadas

Ouça essa angústia,
Uma alma aos berros, distorcida em fragmentos

Eu vejo o meu rosto,
Perdido em desespero
Entre mil e um espelhos
Cada pedaço,
Sedendo sob um mesmo reflexo

Eu caio...
E... me refaço
Então,
Eu caio...
Caio
E me refaço
Então. Caio.
Refaço
Caio
Refaço...
Caio...

Este sou eu...
Mas
Eu ainda estou respirando

Luzes, dissidentes
Piscando, acima do deprimente
Luzes, insistentes
Rogando, pelo doente
Luzes... estranhas
Negando a indiferença

Sinta
Você precisa

Por que...
Insistir?
Eu posso ouvir, mil demônios
Gritando isso como um dogma
Por que, lutar?

Meus ossos quebrados,
Relutam
O coração, quebrado
Pulsa mais forte
Do fundo do poço,
Ergo o rosto
E encaro a luz da estrela vermelha,
Doce fúria

Perguntas... respostas...
Eu sou dependente?
Uma brisa quente, invade o meu ser
Respiro, o calor
Piscando,
Piscando...

Meu corpo, cansado
Dolorido, destroçado
Eu posso sentir
O sangue em minhas veias
Que ferve
Então, as garras...
Enfim, aparecem
No limite

O abismo, estremece
Ante o fôlego,
Que reluz a erupção
A minha própria resolução

Nem perguntas...
Nem respostas reticentes
O que tenho em mãos...
É uma exclamação

Fluindo,
A combustão
Desta ressurreição
Forjada,
Uma furiosa esperança
Que não espera,
Que nega
A derrota
E transpira
Vitória

Nesses ossos, quebrados e remendados
Neste coração, partido e reconstruído
Aqui jaz, valente e aguerrido
O meu significado e pleno juízo

O LABIRINTO DOS SINOS - Livro de PoesiasOnde histórias criam vida. Descubra agora