Capítulo 38

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As mãos de Jenna se enredaram em meus cabelos, mantendo-me o
mais perto que conseguia ao mesmo tempo em que me puxava para
a cama. Eu não conseguia pensar direito quando ela me beijava. Ela
fazia a minha cabeça girar e espantava qualquer pensamento
racional.
Nós nos afastamos para respirar um pouco, e percebi seus olhos
examinando meu corpo enquanto eu tentava organizar meus
pensamentos.
Estava totalmente vestida, mas nunca havia me sentido tão
incrivelmente encabulada. Jenna voltou a me puxar, abraçando-me
carinhosamente, e deixou um beijo suave e longo nos meus lábios.
— Você é maravilhosa, Emma. Sabia disso?
Maravilhosa.
Não, gostosa. Não, sexy. Maravilhosa.
Uma coisa é ouvir Aliyah dizer isso quando estou escolhendo minhas
roupas e pergunto se estou bonita. Uma coisa foi ouvir meu pai dizer
isso quando fui ao Baile de Inverno há alguns meses. Mas outra coisa
completamente diferente era ouvir isso da boca de Jenna Ortega
Eu sorri e retribuí o beijo.
— Não queria ser tão controladora — murmurou, sem olhar
diretamente em meus olhos. Ela brincava com as pontas do meu
cabelo, enrolando-as ao redor dos dedos. — Eu só... é muito irritante
ouvir aqueles caras falando essas coisas sobre você. Não quero que
se magoe ou se machuque. Eu... gosto demais de você.
Eu tinha certeza de que ela não quis dizer que “gostava demais de
mim” de maneira romântica; havíamos crescido juntas, então é claro
que ela se importava comigo. Mas ouvir aquilo ainda fez meu coração parar por um momento.
Sorri. — É bom ouvir isso.
— Mesmo que eu seja uma cafajeste total?
Comecei a rir. — Mesmo que você seja uma cafajeste total.
— Além disso, sou uma cafajeste gostosona — disse, sorrindo.
— Ah, isso é discutível.
Ela ergueu uma sobrancelha e subitamente me virou, de modo que
fiquei prensada embaixo dela, que prendia meus braços sobre a
cabeça.
— Quer tentar dizer isso de novo? — perguntou; sua voz era um
rosnado baixo em minha orelha, e a sua pele tocava levemente a
parte de baixo do meu queixo. Eu me contorci, porque aquilo fazia
cócegas.
— Certo — eu disse, rindo. — Talvez você seja meio gostosa...
— Tente outra vez, Emmy — disse ela com a voz baixa, ameaçadora;
mas ouvi o riso que havia em sua voz. Ela começou a beijar meu
pescoço, bem no lugar onde mais sentia cócegas, e eu ri, me
contorcendo embaixo dela.
— Tudo bem, tudo bem! — admiti, trêmula, entregando o jogo. —
Você é muito, muito gostosa mesmo.
— Eu sei. — Ela baixou os lábios para encostarem nos meus e soltou
minhas mãos. Meus dedos se enroscaram em seus cabelos escuros.
Ainda estávamos nos beijando, sem nos importar com mais nada,
quando ouvimos uma porta de carro bater do lado de fora.
— Droga! — exclamou Jenna com a voz baixa, enquanto eu me
levantava apressadamente. Ela se levantou com um salto para olhar pela janela.
— Quem é?
— Minha mãe. Ela já voltou do supermercado... — ela deixou a frase
morrer no ar, observando o horário em seu relógio. Ela havia passado
quase uma hora fora de casa. Por que o tempo sempre parecia voar
quando estávamos juntas?
— Vou ajudá-la a trazer as compras para dentro. Você sai de fininho
pela porta dos fundos.
Acenei com a cabeça. — Tudo bem.
Ela parou sob o vão da porta, e seus olhos pareceram brilhar. Era
como se estivesse se divertindo demais.
— O que foi?
— Até que isso é engraçado, fazer tudo escondido. Você não acha?
— Jenna? Estou em casa! — chamou Natalie. — Pode me ajudar a
descarregar o carro?
— Claro, mãe, já estou indo — gritou para baixo e, em seguida, sorriu
para mim, mostrando aquela covinha. Devolvi o sorriso. — Vamos lá.
Aproveite para correr até a porta dos fundos quando ela estiver no
carro.
Fui até o alto da escada na ponta dos pés e esperei até que Jenna
saísse com sua mãe pela porta da frente. Ela fez um sinal urgente
com a cabeça e corri para a cozinha para escapar pela porta dos
fundos. Esperei até ouvir o farfalhar das sacolas entrando na casa
antes de sair correndo pelo portão lateral e chegar até a rua.
Apanhei-me pensando que Jenna tinha razão. Até que era bem
empolgante fazer tudo às escondidas.
Eu só me perguntava quanto tempo aquilo duraria.

The Kissing BoothOnde histórias criam vida. Descubra agora