The Kissing Booth

Capítulo 46

— Você a machucou por uma coisa idiota! Sua... sua idiota viciada em violência!
Soquei o peito dela com as duas mãos, e Jenna segurou meus pulsos com força. Eu a encarei com um olhar ameaçador e tentei soltar minhas mãos, mas não consegui, sua pegada era forte demais. Nós havíamos reunido uma plateia enorme ali com toda aquela gritaria.
Alguém puxou gentilmente meu ombro. — Emmy, pare com isso — disse Aliyah com a voz baixa. — Vocês duas, acalmem-se.
Jenna olhou para a irmã e revirou os olhos.
— Acalmar?! — exclamei para Aliyah. — A sua irmã agrediu alguém que cometeu um erro porque estava bêbada, e quebrou a costela dela! Como você não consegue enxergar que há algo muito errado com isso?
— Eu não disse que isso está certo — disse ela, tranquilamente. —
Mas...acalme-se.
Eu retesei os músculos do queixo antes de perceber que Aliyah estava
certa, como sempre. Puxei as mãos para longe de Jenna e, desta vez, ela me soltou.
Mas não recuei da nossa disputa para ver quem conseguia olhar para a outra com cara irritada por mais tempo.
— Não acredito que você fez isso — eu disse.
Jenna simplesmente deu de ombros.
— Às vezes, eu a odeio. Você sabe disso, não é?
— Sim, sei — disse ela, casualmente, com os olhos brilhando enquanto olhava para mim... com alguma coisa a mais que fazia o
meu coração pular dentro do peito. Não! Não deixe que ela faça isso com você! Continue brava com ela. Você está brava com ela, Emma, lembra? Ela agrediu alguém sem
ter um bom motivo. Não desista de ficar brava porque ela está olhando para você daquele jeito e você está com vontade de beijá-la. Antes que eu cedesse e fizesse alguma coisa idiota, segurei no braço
de Aliyah e me afastei pisando com força. Nem precisei pedir para abrir caminho entre as pessoas. Elas se afastaram para que eu passasse, antes de se juntarem outra vez para começarem a fofocar.
— Achei que você fosse matá-la— disse Aliyah, sem conseguir esconder o riso em sua voz.
— Não exatamente — murmurei. — Argh, ela me deixa tão louca às vezes!
É sério, não havia necessidade de quebrar a costela de Millie
— Olhe, eu sei o que todo mundo está falando, mas você, entre todas
as pessoas, deveria saber que há uma possibilidade de que essa história seja exagerada. Talvez nem tenha sido tão ruim. E estamos falando de Jenna. Você sabe como ela é. Não entendo por que ficou tão brava.
— Não consigo fazer nada sem que ela fique olhando por cima do meu ombro! E nem comece com aquela história sobre eu ser gentil demais ou qualquer outra porcaria dessas. Estou ficando de saco cheio de tanta gente dizendo que quer me proteger. Bem, talvez eu realmente houvesse precisado da ajuda de Jenna em sua festa há algumas semanas. E sentia-me grata por ela estar por perto para afastar Millie de mim. Mas o problema foi a maneira que ela agiu, como se fosse natural obedecer o que ela manda...

Aliyah suspirou ao ver que não conseguiria me convencer, mas sorriu ao erguer as mãos, se rendendo. — Olhe, sei que você está brava com ela, mas não desconte em mim. Entendo o que você está dizendo. Posso tentar conversar com ela, o que acha? Pedir que se afaste um pouco?

Eu não sabia a razão pela qual reagi de maneira tão exagerada ao que Jenna havia feito. Imaginei que era porque estava aflita com a possibilidade de que Aliyah descobrisse o que tínhamos feito depois da
festa. Assim, concluí: — Duvido que isso resolva.
— Sei que não vai.
— Mas obrigada pela oferta.
— Por nada. E então, você fez a lição de casa de inglês ou não?
Porque eu não consegui fazer a conclusão e fiquei travada.
Sorri. Aliyah sempre fazia com que me sentisse melhor. Eu amava a minha melhor amiga, de verdade. E seu otimismo era contagioso demais para que continuasse irritada por muito tempo, seja qual fosse
o motivo. Era exatamente o oposto da irmã dela, é claro. Aquela irmã estúpida e sexy.
PODE ME CHAMAR DE COVARDE, MAS ME ESCONDI NA BIBLIOTECA durante a hora do almoço. Não suportaria mais nenhuma pergunta sobre por que eu havia ficado tão irritada com Ortega, como fui capaz de falar com ela daquele jeito...estava até considerando a hipótese de voltar para casa e matar as aulas do período da tarde. Sentia um asco enorme de toda aquela gente, mas
não consegui me forçar a simplesmente ir embora.

Aliyah foi me fazer companhia, mas, após algum tempo, teve que sair..