Capítulo 3

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Helena

A julgar pela forma como seu corpinho macio está estremecendo contra o meu, não teremos problema no departamento química. Meu pau está completamente duro agora contra sua barriga.

Ela ofega, lambendo os lábios e eu sigo o movimento quase rosnando. Tesão louco e inesperado inflamando meu corpo.

- Clara ! – David exclama horrorizado atrás de nós. Em questão de segundos, está avançando e arrancando-a de perto de mim. – Tire sua mãos sujas de cima dela!

Noah sai também e ficamos os quatro no corredor. Eu pisco atordoada.

Clara ? Droga, essa é a mais nova. Tem dezoito, dezenove? Me pergunto, deixando meus olhos vagarem pelo corpo lindo, jovem e todo tonificado, vestido numa dessas malhas coladas de balé. Bebo dela sem pressa e agradavelmente surpresa.

Seus longos cabelos castanhos estão presos num rabo de cavalo alto, deixando o rosto livre de maquiagem em evidência. Nossos olhares voltam a se encontrar. Ela é linda. É ainda muito jovem, não aprendeu as artimanhas femininas de dissimular sentimentos. A forma como me olha fascinada, me deixa ainda mais duro, meu pau doendo dentro das calças. Um sorriso cínico brinca em minha boca, me congratulando com

Sua reação a mim. Os planos acabaram de mudar. É ela. Eu a quero.

Clara

Eu saio do elevador privativo e ando pela sala, encontrando Winona, segurando um copo de uísque na mão. Para variar. Ela tem abusado da bebida com mais frequência ultimamente. Tenho andado ocupada com a minha apresentação de balé no encerramento do ano letivo e também a conclusão do Ensino Médio, mas, tenho sentido um clima estranho, pesado aqui em casa. Há algo estremecendo o relacionamento dos meus pais, tenho percebido. Winona não é minha mãe biológica, a título de informação. Meu pai ficou viúvo quando eu tinha dois anos. Um ano depois, conheceu Winona, também viúva e com uma filha de seis anos. Os primeiros anos foram realmente bons. Elas me enganaram direitinho. Meu pai ainda hoje vive cegamente enganado. Winona é a imagem da mãe amorosa para mim, e Elodie, uma verdadeira irmã

Tentei muitas vezes lhe contar como Elodie me maltratava enquanto crescíamos. E como Winona sempre fazia vistas grossas, me deixando apanhar de sua filha. Mas, ele sempre foi muito apaixonado pela mulher horrorosa e minhas queixas nunca foram adiante.

Ela o teve nas mãos desde o começo. Meu pai é um homem sensível e gentil e a cachorra se aproveitou disso. Veja bem, Winona nunca foi abertamente cruel para mim. Não, ela sabe disfarçar bem, principalmente, na presença do meu pai. A bruxa me fez, inclusive, chamá-la de mãe desde pequena. Ela ganhou totalmente o meu pai naquele momento, e eu o perdi, Sim, perdi para as duas.

Elodie também dedicou cada minuto da sua vida a ganhar o amor do meu pai para si. Ele a trata da mesma forma. Tenho certeza de que a ama como uma verdadeira filha, entretanto, Winona não lhe devolveu a mesma cortesia no que diz respeito a mim.

Sou tão orgulhosa dele. Meu peito aperta um pouco ao me lembrar de que estarei embarcando para Nova York daqui duas semanas. Fui admitida numa renomada escola de dança clássica e irei morar lá, por um tempo, pelo menos. Minha melhor amiga, Priah, também irá.

Seu pai executivo de uma multinacional e acaba de ser convenientemente transferido para Nova York. Sua família toda está de partida e me convidaram para morar com eles pelo tempo que quiser. Eu aceitei, claro. Já estava morrendo de medo de enfrentar a megalópole sozinha. Suspiro de novo, dessa vez de felicidade por estar perto de me ver livre de Winona e Elodie.

Pelo menos por um tempo. Eu rio conspirando enquanto viro a esquina. Estou tão distraída quando chego à porta do escritório que não a percebo sendo aberta. A pessoa que sai, colide diretamente comigo. Um corpo muito duro, grande. Minha nossa!

A Dívida - Clarena ( Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora