Capítulo 28

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See you tomorrow 🌼

Helena

Estendo-lhe a mão, ela a segura e a conduzo para o meio do salão, que já está enchendo de casais. A puxo pela cintura, colando o corpinho macio no meu. Arfa, as mãos espalmando meus ombros e eu seguro um gemido com a sensação do seu toque mesmo das roupas. O que há com ela que me faz gostar de proximidade, coisa que sempre repeli? Por que me sinto tão bem segurando-a em meus braços? Por que parece tão bem aqui, como se fosse feita sob medida para mim? E de repente, um medo atroz me atinge. E se nenhuma outra mulher puder me satisfazer quando tiver que deixá-la ir?

Tal pensamento descabido me deixa zangada. Ela não tem nada de especial, é apenas a porra da novidade. Me repreendo internamente. Vou me cansar dela logo, logo, tenho certeza. Começo a me movimentar e ela me segue, devagar, e eu quase rosno como um animal, inalando seu cheiro delicado de flores. Nossos olhares se prendem, os rostos ficando bem próximos. Ela lambe os lábios e pisca, parecendo incomodada e eu a trago mais perto, esfregando meu pau nela, aproveitando a música, descaradamente. Melhor me ater ao que temos: sexo. Subo uma mão da cintura, passando pelas costas nuas até à nuca. Seguro-a firmemente e desço um pouco a mão da cintura, pressionando a parte baixa de suas costas, causando um contato e fricção maior entre nossas pelves. Seus olhos estão dilatados, anuviados, a boca se entreabre em ofegos suaves, atraindo minha atenção.

Salivo, morrendo de vontade provar seu gosto. Me assusta o quanto quero paixões carnais. No entanto, preciso reconhecer que estou louca por essa menina. Ela mexe demais comigo. O tesão nos envolve enquanto nos olhamos e nossa respiração vai ficando mais forte, ofegante. Ela estremece, as pálpebras ficando mais pesadas.

- Então, você dança. – diz entrecortado. Meus lábios contraem com sua parca tentativa de mostrar que não está sendo impactada pela proximidade.

Incrivelmente, sim. – respondo, meus olhos fixos nos dela e abaixo meu tom: - Tenho muitas qualidades que não conhece ainda, bebê.

- Duvido. – zomba, bufando. Eu rosno, apertando sua bunda, moendo discretamente nela. Ela arqueja, suas unhas cravando em meus ombros por cima do smoking.

- Deve parar de bater de frente comigo, amor. – digo rouca quase tocando sua boca. – Isso só me deixa mais louca para meter meu pau em você, te punir por estar me desafiando.

- Nunca. Nunca me terá de bom grado. – rebate, mesmo que sua linguagem corporal esteja gritando o contrário. Rio cínica.

- É isso que repete para si mesma quando está gozando no meu pau, amor? – digo friamente. Clara  range os dentes, os olhos ficando selvagens.

-Por que me chamou para dançar? Não pode me obrigar a suportar o seu toque em momentos além do sexo, Suas palavras me atingem com força e eu a olho com raiva, replicando:

- Reconheça o seu lugar, menina. Acha que o fato de sermos legalmente casadas te faz importante? – rosno, não entendendo porque me deixa tão puta que não queira meu toque. – É minha puta. É isso que você é. Posso te tocar, foder, fazer o que diabos eu quiser. Seu rosto cai e vejo lágrimas enchendo seus olhos. Tenho que lhe dar pontos porque ela não desvia o olhar do meu, me encara bravamente. Me sinto mal por ter falado de forma tão escrota com ela. – Clara ...

- Se o fato de obrigar uma mulher a fazer sexo com você é motivo para se vangloriar, então, faça, Helena  Weinberg .me corta, sua voz trêmula, cheia de desprezo. O pedido de desculpas está entalado em minha garganta. Meu orgulho não o deixa sair agora. Ficamos o resto da música em um silêncio tenso. – Qual é o propósito dessa conferência? – pergunta depois de um tempo.

Sua voz está apática, deixando claro que está

Apenas puxando assunto para não parecermos

Dois robôs para o resto do salão. Me recrimino mais uma vez pela minha truculência. Clara  tem feito a sua parte no acordo. A forma como está se portando em público é uma grata surpresa. Além da intrometida da Mary, a vi conversando com outras pessoas à mesa. Estava antecipando passar vergonha com uma cabeça de vento e me surpreendi pra caralho. A julguei por causa da pouca idade. Foi arrogante da minha parte, reconheço. É inteligente, observadora, elegante em todas as respostas dadas e está encantando a todos que tem interagido com ela desde ontem. Me vi admirando-a em mais de um momento.

A Dívida - Clarena ( Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora