beijos Gatas até a próxima 🌼
Uma semana depois... Ilha de Santorini Grécia
Helena
Termino de verificar o relatório e fecho meu notebook. Conferindo o relógio, suspiro aliviada. Ainda estou no prazo. Clara está se arrumando para irmos jantar em Oia, um vilarejo famoso de Santorini. É a nossa última noite aqui e ela quer dormir no late, que Dimitri nos cedeu gentilmente. Por que estou cedendo aos caprichos de uma menina boba, você me pergunta? Eu a quero. Ela é minha. Ponto. Essa é única resposta plausível que consigo concatenar no momento. Porém, não sou só eu quem está a paparicando. Dimitri e sua esposa estão encantados por Clara também. Ela os conquistou completamente pelo que vi durante o evento. Na verdade, a menina conquistou a maioria das pessoas do meu círculo próximo. Sempre com comentários inteligentes quando perguntada sobre algo. Se não entendia, não fingia, dizia abertamente que não estava a par do assunto e todos a respeitavam por isso. Esfrego os olhos, girando a cadeira para as paredes de vidro do escritório. As águas azul-escuro do mar Egeu me saúdam lá de baixo. Estamos em uma das ilhas de Dimitri, a última que visitamos e estou fechando negócio com ele. Fica entre as ilhas de Santorini e Creta. É um paraíso na terra. Clara parecia uma criança no Natal quando avistou a casa ainda do late. Até eu, que não me impressiono facilmente, reconheço que a ilha é magnífica. Estou me levantando para deixar o escritório quando meu celular toca. Confiro a tela sobre o tampo da mesa de madeira. É Lilia.
-Lilia, cumprimento-a.
-Irma, pensei que seu humor estaria melhor depois de duas semanas em lua de mel nas ilhas gregas... – Há um sorriso irritante e provocador em sua voz.
Eu bufo.
- Não estou em lua de mel e você sabe muito bem disso, irmã. – retruco. Ela gargalha do outro lado.
Desculpe, Helena , mas, para mim parece uma lua de mel. Para a imprensa também... – rebate. Lilia é tão idiota.
Rolo os olhos. Sim, porra, a imprensa brasileira está publicando fotos minhas e da Clara aqui na Grécia, incansavelmente. Para os expectadores ignorantes parecemos um casal apaixonada em lua de mel. Fotos de passeios de jet ski, na proa do iate, nos beijando. Ainda estou furiosa com as últimas que vi hoje pela manhã, Clara num minúsculo biquíni vermelho, mostrando o corpo perfeito para todo mundo ver. Nunca me importei com o que a imprensa publica sobre mim, mas, me irritou demais, ver a minha mulher exposta assim. Chamei Noah imediatamente, querendo processar o jornal. Meu amigo apenas sorriu e disse que eu provavelmente faria papel de ridícula, porque Clara não estava nua. Droga, ele estava certo. Por que me sinto insanamente possessiva com essa menina? Sinto uma fúria assassina quando vejo algum filho da puta olhando-a com cobiça. Por falar nisso, tive mais uma conversa de mulher para mulher com a mary e a garota me garantiu que ficaria longe da Clara e foi o que fez pelo resto do evento.
- Você só precisava ficar aí por uma semana. Me surpreendeu pra caralho quando estendeu a estadia. – ela me puxa da minha divagação.
- Pare de ser uma comadre fofoqueira e vá direto ao ponto. Corto. Ela ri mais.
- Não há realmente um ponto. Não posso sentir saudades da minha irmã mais velha, hum? – zomba. – Como está a minha bonitinha? Espero que esteja cuidando bem dela. Nos falamos semana passada. – resmungo.
- Clara está muito bem, mas, pode cortar essa merda de minha bonitinha. – A idiota gargalha na linha. Suspiro, me deixando vencer pela irreverência da minha irmã. – Estamos nos entendendo melhor agora, se é isso que está bisbilhotando. – solto e mudo o assunto habilmente. – E dona Magnólia, como está?
- Bom saber disso, irmã. Nossa avó está ótima. Jantei com ela ontem. – informa e ouço um assobio baixo, seguido de palavras sussurradas: - Uh, querida, o que há sobre a comida tocantinense, hein? Quanta saúde... – rolo os olhos. A safada viu um rabo de saia. Ouço movimentação através do aparelho. – Estou no aeroporto de Palmas. – seu tom não parece mais alegre. Ela odeia rotas domésticas, Por quanto tempo terei que fazer essa merda?
