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See you tomorrow 🌸

Clara

Eu volto do recuo mental e encontro Helena  me olhando de cima a baixo, fazendo uma leitura lenta do meu corpo. Também estou vestida para a ocasião, usando um vestido verde floresta justo no busto e cintura, e saia mais ampla, alguns centímetros acima dos joelhos. Sandálias douradas de tiras que sobem pelas minhas panturrilhas dão o toque sensual ao modelo comportado do vestido. Ela aprova meu traje pela forma como aquele canto de boca perverso inclina sutilmente e seu olhar sobe devagar para o meu. Meu corpo inteiro cantarola com esse olhar.

Eu amo os seus olhos, a tonalidade de azul única, a expressão às vezes gelada, às vezes quente, dependendo do seu humor. Nesse momento, eles estão quentes, penetrantes nos meus. Estou um pouco ofegante quando para à minha frente, tanto pelo esforço em carregar Rafael , quanto pelo olhar sexual que sua mãe está me dando. Ela sabe o quanto mexe comigo e gosta disso. Ela sempre gostou. Eu também deixo meus olhos falarem por mim.

-Amor... Vocês demoraram. – reclama, mas sua voz é apenas um sussurro, os olhos lindos me devorando como eu a ela.

Desculpe, amor. O trânsito estava ruim. Murmuro de volta.

Rafael  grita, ri, agita os bracinhos, querendo a mãe. Helena  gargalha, toda linda, e me dá um beijo delicado na boca, a mão grande segurando minha cintura por um momento. Com um sorriso suave, mas de puro orgulho, pega o pequeno agitador dos meus braços e sua atenção é toda do filho agora.
-Mamãe estava preocupada com você e sua mamãe soltos pela cidade, sem ela por perto. Diz com voz amorosa, levantando Rafael  acima da sua cabeça, e a clássica algazarra está formada.

Nosso menino ri, agita pernas e braços, amando a atenção da mãe.

-Você cuidou dela, filhão? – Rafael  solta risadinhas eufóricas. Sim? Você é mesmo um meninão esperto, não é? É o orgulho da mamãe.

E meu coração derrete por completo olhando-os embevecida. Eu sempre vou amar vê-los juntos. Helena  é a melhor mãe que eu poderia querer para os meus filhos. Não há mais o menor resquício da mulher fria que conheci no passado. É uma nova mulher. Uma mãe maravilhosa, que cuida mesmo do nosso pequeno, dando banho, trocando fraldas sujas, cantando canções de ninar. É a mulher que amo com todo o meu coração. Nada e nem ninguém vai me fazer deixá-la. Nunca.

Ela me olha de lado e seu sorriso amplia, gostando de me ver babando neles dois. Eles são meus. Meu peito aquece e meus olhos marejam de tanto amor pelos amores da minha vida.

-Vamos tirar logo as fotos para eu poder curtir a minha mulher e meu filho. -ela sussurra, se inclinando e me dando mais um beijo na boca. – Odeio quando a correria não me deixa ir almoçar com vocês, amor.

-Eu sei que tem estado ocupada com tudo que aconteceu, amor. Está tudo bem. -murmuro, tocando seu rosto. – As coisas não foram flores mesmo...

Apenas três dias depois da matéria da vaca argentina, ainda passamos um susto sem tamanho com Lilia. O avião que ela pilotava sofreu uma pane e ela teve que fazer um pouso forçado no mar, a poucos quilômetros do Aeroporto Santos Dumont, no Rio. Foi um alvoroço na imprensa brasileira e mundial. Isso também contribuiu para eu deixasse a puta desprezível amargar no esquecimento e dar atenção ao que realmente me importa, a minha familia.

Como resultado daquele incidente, Helena  tem estado muito tensa, porque quando um avião cai é sempre algo preocupante para a empresa, que tem que se desdobrar para mostrar que ainda é seguro voar em suas aeronaves. Mas, graças a Deus, não houve vítimas fatais e a SLN está prestando toda a assistência aos passageiros daquele voo e suas famílias.

-São ossos do oficio. – ela exala. – Graças a Deus não aconteceu nada grave com a minha irmă, a tripulação e os passageiros. Eu juro, ganhei alguns cabelos brancos, bebê.

-Sim, graças a Deus, sussurro. – Não há nenhum cabelo branco at. Mas, quando tiver, tenho certeza de que isso a deixará ainda mais sexy, charmosa...digo com um meio sorriso

Provocativo, bem baixinho, apenas para ela.

Seus olhos se iluminam com humor e um toque de safadeza.

Vamos logo com as fotos antes que eu diga coisas indecorosas para a minha mulher na frente de estranhos. Diz no mesmo tom só para os meus ouvidos.

Eu rio e ela me enlaça pela cintura, nos virando para o rapaz, que tem um sorriso no rosto, de certo apreciando a cena. Nós posamos pelos próximos trinta minutos.

Helena  sentada em sua cadeira, imponente, mas segurando Rafael  em seu colo, quebrando um pouco da pose de CEO durona, e eu sentada no braço da cadeira, minhas mãos possessivamente sobre os dois. Tiramos algumas em pé, contra a parede de vidro. Outras na ampla sala de estar. Joana pegou Rafael  em determinado momento e o fotógrafo tirou uma sequência apenas Helena  e eu. Após a sessão, o fotógrafo nos deixou, agradecendo em nome da revista. Em seguida, Joana foi enviada para casa em um táxi. Helena  gosta de privacidade comigo e Rafael  sempre que estamos juntos.

Avisou que estava esperando alguns e-mails para encerrar o expediente e, enquanto isso, corujou nosso pequeno até que ele começou a dar sinais de cansaço, os olhinhos pesando e logo adormeceu no colo da mãe. Helena  o coloca com cuidado no bebê conforto sobre o sofá, se senta na outra ponta do estofado e se estica. Eu dou a volta, ficando por trás do encosto do sofá e passo a massagear os ombros amplos.

-Isso é bom. -murmura. - Hoje foi puxado. resmunga e eu me inclino, me debruçando sobre ela, minha boca encontrando a sua num beijo invertido.

Ela pega meus braços e me puxa por cima do encosto do sofá, me fazendo cair sobre o seu colo, me arrancando um gritinho de surpresa. Então me pega, abrindo minhas coxas, me fazendo escarranchá-lá. Nossos olhares se encontram e se prendem, quentes, cheios de amor e desejo. Minhas mãos passeiam pelos seus ombros, indo para a nuca, onde continuo massageando.

-Eu quis adiantar bem as coisas no escritório hoje, porque amanhã vou tirar o dia de folga.

- esfrega a boca na minha e o gesto sempre me deixa mole.

Eu amo quando faz isso.

-Sim? Helena  Weinberg  tirando um dia inteiro de folga? Eu finjo-me de desentendida.

Amanhã completo dezenove anos. Ela está fazendo suspense sobre as comemorações para o meu aniversário. Ela e vovó Mag.

Suspiro. Dezenove anos. Parece que foi ontem, estava fazendo dezoito e com o peso de ter que ser entregue a uma mulher fria e assustadora. A mulher mais devastadoramente bonita e sexy em que já havia posto os olhos.

Seu rosto suaviza e ela acaricia minha face levemente com as pontas dos dedos. Sua expressão denota tanto fascínio quando me toca, que me sinto como uma obra de arte valiosa toda vez.

Sim, amor, só para você. – sussurra, mordiscando de leve meu lábio inferior, o superior, a boca toda. – Eu quero beijar a minha mulher adequadamente agora.

E mergulha a boca na minha, seus lábios são suaves, porém firmes, Milhas mãos voltam a passear pelos ombros. Ela acaricia minhas costas e sobe uma mão para a minha nuca, enfiando em meu cabelo e eu me torno uma massa sôfrega em seus braços, para variar.

-O que você vai querer, bebê? – murmura entre beijos, a mão voltando a subir pelas costas numa carícia suave.-Peça e será seu.

-Eu só quero você, nosso filho, nossa família, Juntos.digo baixinho.

Sua expressão é cheia de fascínio quando sussurra:

-Minha menina é tão fácil de agradar.

O som de alerta de e-mails vem do seu celular. Ela faz uma cara de desculpas e confere as correspondências. Enquanto isso, corro meus dedos pelo seu cabelo, descendo pelos ombros, voltando a massageá-los, amando ver seu rosto sério, concentrada de CEO fodona. Alguns minutos depois, ela exala e guarda o celular no bolso da calça.

-Pronto. Agora podemos ir para casa relaxar.

A Dívida - Clarena ( Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora