Capítulo 18

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Até amanhã 🌸

Clara

Meus ombros caem em derrota. Se meu pai estivesse bem de saúde as coisas estariam melhores. Meus olhos ardem, não consigo suportar a sensação de solidão esmagando meu peito. Me deito no divā luxuoso e me viro para a parede de vidro, os cisnes brancos deslizando suavemente nas águas mansas do lago, me distraem momentaneamente. Me estico, meu corpo todo dolorido e não de uma forma ruim. Isso que é pior. Mesmo diante da situação absurda, eu gostei de ser possuída pela Helena . Que tipo de garota goza ao fazer sexo com o equivalente a seu captor? Só uma garota tola e inexperiente. Me recrimino. Meu telefone volta a tocar e bufo, temendo serem as duas víboras de novo. Então, alegria me enche quando vejo que é Priah. Eu já devia ter ligado, mas, estava com vergonha, sem saber o que dizer para ela.

- Hey, Priah. – cumprimento-a, rolando de costas no estofado macio, meus olhos indo para a claraboia no teto alto.

- Oi, Mills. Como você está, amiga? – sinto sua urgência e preocupação. Sua voz está um tanto anasalada, parecendo gripada. – Ela te machucou. Não foi? Cretina, filha de uma cadela! – Eu rio um pouco com seu arroubo.

- Não, amiga, Ela não me machucou. Eu, eu... Senti

Prazer.

- Espera, ela não te machucou e você sentiu prazer?- ela é toda surpresa agora. Gemo, vergonha tomando conta de mim pela milésima vez.

- Eu sou uma... Me comportei como uma puta.-digo-lhe com desgosto. – Já aí em Nova York, no instante que ela me viu, foi para cima de mim e cedi. – fecho os olhos brevemente. – Não consigo resistir ao toque dela, amiga. Eu devia ter sido mais forte. Devia ter odiado tudo, seu toque, sua posse. Eu devia odiá-la. – ranjo os dentes.

Ela fica um instante em silêncio.

- Não seja tão dura consigo mesma, Cla. – pede suavemente. – Estive em uma ou duas festas em que Helena  estava e, deixe-me lhe dizer, amiga, você se comportou como qualquer garota da nossa idade diante de uma mulher como aquela. Ela pode ser o diabo cobrando uma dívida como você diz, mas, ela é gostosa além da conta. – Eu gemo baixinho.

Oh, Deus, sim, ela é gostosa demais. Cretina, fria, mas, sabe como agradar uma mulher na cama. Alguma qualidade ela tinha que ter, né? Debocho.

- Você não está ajudando muito, Priah – resmungo e ela ri. Sinto tanta falta dela. Meu peito dói por

Não saber quando a verei de novo.

- Me ajude. Dė alguma dica para que eu possa resistir da próxima vez que ela me tocar – peço esperançosa.

- Infelizmente as coisas não funcionam assim, amiga, diz com pesar. – Sinto lhe informar, mas, se você gozou em sua primeira vez, significa que ela é muito boa... faz uma pausa de efeito. – O sexo só vai ficar melhor, Mills. A próxima vez não haverá mais desconforto e, amiga, não tem como resistir a uma mulher que te faz gozar mesmo Sentindo dor.

Meu Deus. Estou perdida. Eu já desconfiava disso.
Não sou tão tola. Imaginei que nas próximas vezes as coisas iriam esquentar mais e o prazer seria maior.

- Sim, amiga, ela é uma mulher bastante experiente, sabe como e onde tocar. – aceito minha derrota.

- Bom, pelo menos ela não foi uma imbecil total, se preocupou com o seu prazer. – murmura, tentando me animar. – Você precisa começar a racionalizar a coisa toda, Mills.

Eu franzo o cenho.

- Como assim?

- Os homens e as mulheres são facilmente manipulados com sexo desde que o mundo é mundo, amiga. – me diz em tom conspiratório. – Faça essa gostosa safada comer na sua mão, garota.

A Dívida - Clarena ( Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora