Clara
Droga, não quero nem pensar em que tipo de sujeira esse carpete está acumulando. Me sento rapidamente, olhando-o com nojo.
- É novo, não se preocupe. – A voz profunda e levemente divertida me faz estacar. Olho de lado, meu coração dando uma cambalhota ao encontrar Helena parada lá. Está vestindo um roupão branco, os cabelos úmidos. – É uma das minhas exigências quando fico em hotéis. Roupas de cama, toalhas e tapetes, tudo novo. Eu pago por isso. – me diz dando de ombros como se não fosse nada.
Deve ser tão chato ser podre de rica, não é? Zombo mentalmente. Eu ainda não consegui encontrar a minha voz. Seu olhar passa pelo meu corpo, demoradamente, me fazendo lembrar que ainda estou nua. Meu rosto esquenta sob o seu escrutinio.
- Vou pedir serviço de quarto. Não consigo comer muito nesses jantares de negócios. – explica, me olhando com interesse. – Janta comigo?
Meu coração salta, o sentimento bobo voltando a pulsar dentro de mim. Ela não me deixou aqui, largada e usada como nas outras vezes. Estava apenas tomando banho.. E quer passar um tempo comigo após o sexo. A história de Calista me vem à mente, me dando esperanças de... Será?
- O gato comeu sua língua, Clara ? – há aquela centelha divertida novamente nos olhos. Ela parece quase relaxada,
Me levanto, gemendo baixinho pela sensibilidade entre minhas coxas e muito consciente do seu olhar queimando em cada centímetro da minha pele. Ouço-a meio que grunhir. Sinto seu esperma escorrer pelas minhas pernas e imagino que é isso que ela está vendo. Um roupão aparece à minha frente. Pego-o com rapidez da sua mão.
- Obrigada. – me visto e só então, volto a encará-la. Nossos olhares se prendem e há aquela sensação de algo mais estalando entre nós, como uma força muito poderosa nos puxando em direção a outra.
- Sim, também estou com fome. Ambientes muito sofisticados me aterrorizam, devo admitir. – Percebo um leve suavizar em sua expressão.
- Você está indo muito bem. – diz sucintamente e eu quero sorrir com o elogio. Deus, o que está havendo comigo esta noite? Me fita com intensidade, se aproximando. Meu coração retumba quando para bem perto de mim.
- Obrigada. Eu vou tomar uma ducha e já volto. – balbucio louca para escapar dela e desse sentimento desconhecido começando a crescer em minhas entranhas.
Tento me afastar, mas, segura meu pulso, puxando-me para ela. Eu arfo, meu peito roçando o seu. O cheiro limpo e gostoso invadindo meus sentidos. A boca perversa curva um pouco e eu latejo, mesmo ainda dolorida e gasta pela forma intensa como me tomou no chão.
Quero discutir algo com você, sussurra, sua boca vindo para perto da minha. Eu salivo, querendo beljá-la outra vez, mas, suspeito que não fará isso fora do sexo.
- O quê? – coaxo num ofego. Seu olhar me sonda por um tempo longo.
-Me ocorreu que talvez essa situação seja injusta para você. – O quê?! Eu acho que não ouvi bem. Helena está arrependida por me obrigar a entrar nisso?
- Vai me libertar do acordo? – pergunto sem pensar. Seu rosto se fecha.
- Não. – rosna, parecendo irritada com a possibilidade de me libertar. – Você continua sendo minha. – seus olhos penetrantes correm por todo o meu rosto e sussurra: - porém, vou fazer algumas concessões. – franzo a testa. Querendo perguntar que concessões são essas, mas, estou sem palavras. Seu polegar esfrega meu lábio inferior e seus olhos caem para a minha boca, ficando aquecidos.
- Vá tomar seu banho e eu vou pedir a comida. Sushi? – alivia o tema.
- Sim, amo Sushi. – sussurro, já excitada outra vez pela sua proximidade. Deve ver isso claramente em meu semblante porque um de seus raros sorrisos se abre. Eu arfo, hipnotizada pela forma como o rosto geralmente sisudo se ilumina.
- Quero você de novo depois do jantar. – murmura.
-Eu também, sussurro de volta, surpreendendo a nós duas,
Meu Deus! Sinto meu rosto esquentar. Estou ficando tão sem-vergonha... Seus lábios tremulam na sugestão de um sorriso, enquanto nos olhamos. Não, nos devoramos.
- O que acha de ficarmos mais alguns dias depois do enceramento do evento? – propõe, me chocando demais. – podemos passear pelos pontos turisticos e conhecer uma ou duas ilhas.
Uau. Estou engasgada, sem palavras. Ela bateu com a cabeça durante o banho? Onde está a CEO obcecada com o trabalho? Sua sobrancelha arrogante sobe, me lembrando de que pareço uma boba aqui, muda.
-Eu, hum, gostaria disso. – murmuro. Ela faz aquela coisa de me olhar intensamente. Meu corpo todo formiga quando me olha assim.
-Tem algum tempo que Dimitri quer me vender uma de suas ilhas próximas de Santorini. Depois podemos visitá-las e você me ajuda a escolher.
Volto a engasgar, borboletas voando em meu estômago. Essa mulher mexe demais comigo. Ela quer que o ajude a escolher uma ilha? Meu Senhor, ela vai comprar uma ilha. Uma ilha!
- Eu não sei como poderia ajudá-la. – digo com sinceridade. – Seu mundo é muito diferente do meu.
- Não seja modesta, bebê. – eu gosto de como diz isso sem sarcasmo, Gosto muito. – É muito inteligente. Me mostrou esta noite. Não tente se esconder agora. Seu olhar é um misto de desafio e a arrogância de sempre.
Eu vou tomar minha ducha. Digo meio arfante. Tento me afastar novamente, mas, ela não deixa. Sua mão aperta mais em minha cintura e desliza a outra para a minha nuca. Seu olhar aquece, o rosto abaixando para perto do meu.
Por que está me olhando assim?-coaxo, hipnotizada, mexida demais.
- Porque eu nunca vi tanta perfeição... – sussurra e eu me derreto toda, tendo que segurar em seus ombros fortes, minhas pernas ficando moles. Ai, meu Deus... – não pode me culpar por gostar de olhar, neném, diz, me deixando sofrega, minhas pálpebras pesando.
Ela é definitivamente uma bruxa, Sua boca se curva ligeiramente, então, os lábios deliciosos descem nos meus e meu coração quase explode, batendo forte contra as costelas. Ai, meu Deus do céu! Alguém me belisca... Ela está me beijando de novo!