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Dependendo volto hoje de novo!

Helena

Com um suspiro resignado, pego a chave do meu bolso e começo a andar a passos largos para o meu carro no estacionamento. Dispensei o motorista agora à tarde porque quero visitar uma pessoa e depois, sei que não estarei pronta para voltar para a minha casa sabendo que Clara  se foi.

Cerca de quarenta minutos depois, estou tocando a campainha no apartamento de Verônica. A temporada de caça às bruxas está aberta e não terei compaixão de ninguém. Todos que machucaram Clara  irão pagar junto comigo.

- Oh, Helena ! – seu rosto passa por uma transformação. Surpresa e apreensão nítidas, além das marcas arroxeadas em seu olho direito e nariz.

Eu me alegro em ver que Clara  fez um bom número na cara da vadia, uma vez que não posso lhe dar esse tipo de lição.

-Entre, mi cariña. Ela se afasta, me dando passagem.

Eu não digo nada, apenas passo para dentro e as imagens imediatamente me assaltam quando alcanço a sala, o sofá onde estive jogada com a vadia me chupando. Fecho os olhos brevemente, me amaldiçoando por causar uma dor tão profunda na mulher que amo. Minha avó tem toda razão, nenhuma mulher merece ver algo tão vil. Ando até o meio da sala e me viro. Verônica está um tanto cautelosa, se mantendo a uma boa distância. É inteligente, já sabe que essa visita não é amigável.

- Você planejou tudo. – digo, olhando-a com desprezo.

Verônica amplia os olhos e começa a mexer no cabelo, um sinal de que está nervosa.

- Não fiz nada, mi amor. – ousa negar, tentando parecer casual.

Meus olhos estreitam sobre a mulher à minha frente. Observo-a dos pés à cabeça, tentando descobrir o que um dia me atraiu tanto. Odeio-a nesse momento. Mesmo sua beleza exterior me incomoda, porque não é real. Nada nela é.

- Você é uma desgraçada, Verônica – digo friamente e ela ofega, vendo que sua máscara caiu. – Ouvi cada palavra ofensiva que falou para Clara . Você a cercou desde o primeiro encontro na Grécia. – inspiro com força, crispando meus punhos.

- Você a machucou lá, debaixo do meu nariz, e eu não percebi porque era egoísta demais para me preocupar com algo mais além de mim.

- Eu vi a forma como ela estava olhando para você! – explode, raiva tomando seu semblante.. A menina tola já estava se apaixonando por você. Eu não podia deixá-la ganhar. E você também estava toda olhares para cima da ratinha sonsa. – ri de forma afetada. – Eu a coloco no chinelo, sabe disso, Helena .
Meu sangue ferve ao escutá-la repetir as ofensas.

- Estava se roendo porque viu que ela me amava e eu estava, contrarlando todas as apostas, retribuindo esse amor. Quis nos tornar tão miseráveis quanto você.

- Você não precisa de amor. – bufa. – Em nosso meio, as alianças são mais valiosas do que esse sentimento bobo. Nos damos bem na cama, o que mais podemos querer?

Eu franzo o cenho porque parece que estou ouvindo a mim mesmo falando essa merda para Clara .

- Está enganada, Verônica. – digo, abanando a cabeça. Eu preciso de amor. Preciso do amor de Clara . – acrescento para que não haja dúvidas. – Apenas o amor dela pode me salvar de morrer miserável, como você. – ela empina o queixo, os olhos zombando de mim.

- Boa sorte com isso, querida. Ela não vai te perdoar. – sim, a vadia fez tudo de caso pensado para me foder regiamente. – E seja mulher, pare de jogar toda a culpa em mim. Você quis vir aqui e me foder naquela noite!

A Dívida - Clarena ( Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora