Quatro anos depois...
Clara
Eu desço a escada para a nossa sala e paro no último degrau, a cena diante de mim sempre me faz parar, olhar e olhar como uma boba. Apaixonada, arrebatada.
Helena está no canto da sala, perto da parede de vidro. Deus, como amo vê-los juntos. Ela e nossos filhos ao redor da árvore de Natal gigante. Sim, nossos filhos. Quando Rafael fez dois anos, eu engravidei acidentalmente da nossa caçulinha, Lucy. Eu me recosto ao corrimão e babo neles, aproveitando que não me viram ainda.
Rafael está em pé, entregando os enfeites para Helena . Meu menino tem o rostinho cheio de orgulho por estar ajudando a mãe. Lucy está em pé ao redor também, só que em vez de ajudar, está pegando enfeites aqui e ali e os enfiando na boca. Eu rio da minha linda rechonchuda.
-Ei, não, princesinha. – Helena ri, o som profundo, feliz, invadindo meu corpo, tocando direto no coração.
Ela toma uma bola pequena das mãos da nossa menina e lhe dá uma maior para evitar que se engasgue, Em seguida ela se inclina, beijando a massa de cabelo castanho. Ela é a minha cópia, como Rafael é a dela. Meus lindos e amados filhos. Meus filhos e a mulher da minha vida. Meus olhos se enchem de lágrimas ao vê-los interagindo, as três pessoas que mais amo nesse mundo. Quem diria que aquela mulher tão fria se tornaria essa mãe e esposa tão amorosa? Meu amor. Minha linda mulher complicada.
Não me canso de olhar para ela. Nunca. Está arrebatadoramente bonita e sexy aos quarenta e dois anos. Sempre será a mulher mais bonita do mundo para mim. Sempre. E a forma como tem se dedicado a mim e nossos filhos me faz amá-la, admirá-la cada dia um pouco mais. Helena Weinberg me deu tudo, absolutamente tudo que uma mulher pode sonhar. Tudo o que é realmente importante nessa vida, essa mulher me deu. Meus olhos vagam por ela, cheios de amor e paixão, como foi desde o primeiro momento em que a vi todos aqueles anos atrás. Eu a amo tanto.
Eu devo ter suspirado ou pronunciado isso em voz alta, porque ela vira o rosto e os olhos colidem diretamente com os meus. Sorrio-lhe, sendo pega em flagrante. Seus olhos ficam mais penetrantes. Eu amo como a tonalidade muda quando olha para mim. Tem um brilho diferente. Esse olhar é meu. Apenas para mim. Ela percebe que estou à beira das lágrimas babando sobre eles, a minha linda família. Seu olhar suaviza.
-Ei, pessoal, olha só quem desceu para nos ajudar! A mamãe! – diz em tom animado e logo meus bebês estão virando para mim, gritando com euforia.
Mamãe! Vem, mamãe! – Lucy e Rafael me chamam. E eu vou, com o coração todo mole pelos meus meninos.
Helena termina de prender uma bola no galho mais alto e se volta para mim quando chego até eles. Eu a puxo pela nuca, dando-lhe um beijo suave na boca. Ela enrola um braço imediatamente em minha cintura, sorrindo contra meus lábios.
Você está ficando boa nisso, Sr. Weinberg .
-Mamãe, vem ajudar! – Rafael puxa a barra do meu short.
Azudar, mamãe! – Lucy endossa, fazendo nos rir dos nossos pequenos.
Eu amo você. Sussurro contra a sua boca. Amo tudo que me deu. Amo cada dia mais, não há limites para tudo que me faz sentir. Como isso é possível? Como consegue me fazer te amar mais a cada novo dia?
-Amor... – exala asperamente. Deve ser porque sabe que meu amor por você não tem limites também. – sua voz fica uma nota mais suave quando murmura:
-Diga que sabe que você é o mundo todo para mim. Você e os filhos que me deu são o meu patrimônio mais valioso, amor.
Nossos meninos ficam mais impacientes puxando nossas roupas, exigindo atenção, então nos afastamos, rindo cúmplices.
Pronto! A mamãe é toda dos meninos dela agora.eu digo, me abaixando e beijando as cabeleiras cor de cobre e castanha.
Lucy está com um ano e oito meses, ainda tem o cheirinho de bebê que amo demais. Roço meu nariz em cada um deles e eles riem, as risadinhas lindas me arrebatando, a exemplo de sua outra mãe. Sou tão babona, apaixonada pela minha família.