Capítulo 15

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Clara

Não sei quanto tempo se passa. Estou perdida em pensamentos quando sinto sua presença no quarto. Mulher sorrateira. Me viro e a encontro do outro lado do cômodo, parada, me olhando. Com um levantar cínico de sobrancelhas, me dispensa e anda em direção ao sistema de home Teather. Me permito admirar suas costas amplas no terno escuro. Me surpreendeu que tenha se vestido a caráter, com cravo na lapela e tudo. Tive que me policiar toda a cerimônia para não parecer uma menina boba e deslumbrada. Quando desci a escada e a vi lá embaixo, me esperando e nossos olhares se encontraram, me vi desejando que fosse um casamento de verdade, que aquela mulher linda pudesse me amar. Eu sei, sou uma menina tola porque Helena  Weinberg tem me mostrado a cada momento que amor é um conceito alienigena para ela. O som familiar da banda Deep Purple, soa em volume ameno, me puxando do meu devaneio. Meu pai gosta de rock clássico e aprendi com ele a curtir algumas bandas. Essa é uma das tops.

Helena  olha por cima do ombro, os olhos encontrando os meus. É um olhar soberbo, de quem sabe que está no comando. Então, flexiona os ombros e começa a retirar o terno com gestos elegantes. Oh, meu Deus! Eu engulo com força. É agora. Me sinto acuada, nervosa como nunca em minha vida.

Ela se vira e anda em minha direção, jogando o terno sobre uma das poltronas. Meu coração está quase saindo pela boca sob o peso dos olhos azul-gelo. A sensação é vertiginosa, é como estar caindo em um abismo e não ter em que se agarrar. Um baque profundo. É isso que sinto toda vez que ela me olha. Essa mulher tem um estranho poder sobre mim. É perturbador, aterrador e também muito excitante, não posso negar. Arranca a gravata num movimento fluído e seus dedos começam a abrir os botões da camisa branca. Arfo, minha respiração presa na garganta e começo a tremer de pavor. Rogo a Deus para que ela cumpra a sua promessa de não me machucar. Embora eu saiba que a primeira vez sempre é desconfortável. Seu olhar glacial desce, numa leitura lenta do meu corpo. Meus seios arrepiam, uma onda quente e eletrizante se espalhando em minha barriga. Sinto o creme pegajoso umedecendo minhas paredes e eu arquejo, perdendo o controle do meu próprio corpo. Desgosto me toma por reagir dessa forma vergonhosa a ela.

- Não lute contra mim, Clara . – sua voz é baixa, um tanto rude quando para na minha frente. Meu olhar cai para sua camisa aberta, no peitoral e abdome definidos. Ela está em ótima forma e como presa em um feitiço, minhas mãos suadas comicham para tocá-la, sentir sua pele. Calor emana do corpo grande e ameaçador perto do meu. É como uma onda elétrica vindo dela para mim, seduzindo-me, deixando-me fraca. – O nome disso é química, neném. – sussurra indulgente, me fazendo encará-la. – às vezes é forte demais. Desista de tentar controlar. – suas mãos tocam meus ombros e minha pele arrepia inteira, dos pés à cabeça. Ela sente isso, pois, aquele canto de boca cínico levanta um pouco e seus dedos enroscam

Nas alças finas do meu vestido. Seus olhos nunca desviam dos meus, enquanto as desce pelos ombros. Se inclina, seu perfume sutil enchendo minhas narinas e estremeço ao sentir os lábios quentes beijando meu ombro direito, subindo pelo pescoço, onde mordisca com um pouco de pressão. Um choramingo de puro prazer me escapa. Contra a minha vontade, eu gostei quando me marcou em Nova York. – esta noite serei mais cuidadosa, como prometi. – me gira delicadamente de costas para ela, as mãos passeando novamente pelos meus ombros, afasta meu cabelo para o ombro esquerdo e um gemido lamentoso sai da minha garganta ao sentir a chupada gostosa em minha nuca. Fico toda escorregadia, latejando, uma dor desconhecida e urgente, pulsando entre minhas coxas. A sensação é tão erótica que minhas pernas ficam moles. Ela ri baixinho e mordisca a carne, me causando tremores perversos. Suas mãos grandes acariciam-me sem pressa até chegar ao zíper do vestido.

- No entanto, não pense que terá essa cortesia novamente. Gosto de uma foda dura. – sussurra perversamente em meu ouvido. – sugiro que se acostume a tomar o meu pau bem rápido, bebê. Tenho um apetite voraz também. Vou te comer do jeito que eu quiser e o tempo todo, menina. – quero mandá-la para o inferno com sua depravação, mas, em vez disso, seguro um gemido, minha vagina latejando descontroladamente, mais líquidos descendo para minha calcinha. Estou tão pegajosa agora que fico envergonhada. A ponta da sua língua desliza em meu lóbulo e em seguida o morde, raspando os dentes sensualmente. Me transformo em uma bagunça trêmula e arquejante em seus braçoss.

A Dívida - Clarena ( Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora