23. Sindrome de Estocolmo

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Enquanto estávamos lá dentro, presos, brigando entre si, o professor levava a polícia até o nosso esconderijo, e eles confirmariam mais uma identidade...com as digitais do nosso ultimo jantar, pois o professor esqueceu que na taça de Berlín também tinham digitais minhas...mas enquanto a Murílio perdia 3 dias na nossa casa, Nairobi botava todos para contar dinheiro, e tínhamos tempo para continuar fabricando cada vez mais notas, nossos cofres estavam quase cheios.

E é claro que a inspetora não iria perder tanto tempo dentro da casa como planejado, afinal as pistas que encontraram era apenas mais do que eles já sabiam e uma confirmação, a minha identidade.

Policial- Inspetora...temos mais uma digital.

Inspetora- alguém novo?

Policial- sim...

Inspetora- quem?

Policial- Camille Fonollosa Fontaine...conhecida lá dentro por Paris, pelo jeito é ex mulher de Andrés, mas ela nunca tirou o sobrenome dele, eles nunca foram em um cartório oficializar o termino, mas o senhor Fonollosa teve outra mulher depois dela.

Inspetora- ótimo, temos mais uma deles....faltam 5...descubram tudo o que vocês conseguirem sobre ela.

Policial- okk.

E assim deram 80 horas de roubo...e eles tinham 4 de nossos rostos.

Moscou- ta na hora.

Todos esperávamos uma ligação do professor.

Berlín- ainda falta um minuto pras 6.

Moscou- mas dadas as circunstâncias, você sabe onde pode enfiar essa sua pontualidade britânica.

Moscou pegou o telefone e ligou para o professor...mas ninguém atendeu.

Tínhamos ligado 3 vezes e eram 18 horas sem notícias do professor.

Moscou- a gente sabe o que significa isso.

Se em 24 horas não recebêssemos notícias....isso significa que o professor teria sido preso.

Moscou- ta mais e agora?

Berlín- bom, tem mais uma ligação pra completar o ciclo, a meia noite de hoje.

Denver- que porra de ciclo? O da ratoeira?

Berlín- Denver calma...o professor deve estar resolvendo algum problema, não tem com o que se preocupar...por enquanto.

Ele foi até o armário e pegou um vinho.

Berlín- vamos continuar vigiando os reféns e imprimindo dinheiro com tranquilidade...e eu vou descansar um pouco.

Ele pegou duas taças e ia sair.

Tokio- isso é uma piada? Com tudo o que ta acontecendo você ainda vai trepar?

Eu olhei para Nairobi, ela olhou pra mim e eu pedi um cigarro, ela me deu junto com o isqueiro pra acender.

Berlín- a Tokio por favor...

Tokio- o que ?

Berlín- não ah necessidade de ser tão vulgar desse jeito...não faça isso não combina com você e não é só isso tem mais...se eu tivesse um aliado aqui nesse grupo e se tratando de hedonismo...essa seria você, o que aconteceu com Carpe diem?

Tokio- o que aconteceu? Foi que o plano desmoronou e fudeu com todo mundo...o que talvez pra você tudo bem...por que você já ta desengano, mas pra mim não.

Sabe...talvez um tempo atrás aquilo que Berlín falou me afetasse, mas eu já tava tão de saco cheio com aquele cara que isso me deixou até que aliviada.

Berlín- eu to indo.

Nairobi- filho de uma grande puta.

Berlín- outra...

Nairobi- é verdade que você ta pegando uma refém? Quem? Aquela pobrezinha que fica pra lá e pra cá como sua secretaria?

Berlín- pobrezinha não, ela se chama Ariadna...Nairobi...e sim nós estamos juntos.

- você não presta mesmo né.

Eu falei baixo, mas alto o suficiente pra todos escutarem, e logo depois soltei uma risada baixa.

Berlín- no dia que entramos aqui Ariadna tremia de medo e essa delicadeza, essa fragilidade despertou algo em mim.

- assim como as suas 5 ex mulheres?

Berlín- você fala como se não soubesse quem são.

- Berlín...eu me cansei de você, sabe...você nunca vai conseguir uma amor verdadeiro, sabe aquele teu sonho do para sempre ? Amarra ele junto com a Ariadna e joga no lixo, a menina só ta se protegendo, você acha mesmo que uma refém ia ver algo em você?

Nairobi- que discurso de merda, não tem nada mais baixo do que ficar com uma refém.

Denver- olha...também não é tão ruim ficar com uma refém né? Tão olhando o que ? Podem me acusar de transar bem ou transar mal, mas não de transar com uma arma apontada.

Nairobi- Denver...não.

Denver- que foi porra é isso...eu também to numa relação, com a Mônica Gaztambide.

Moscou- que historia é essa filho?

Denver- porra eu salvei a vida dela...e ai ela me abraçou e me beijou, eu não forcei nada, era amor.

Nairobi- mas que amor? Pedaço estranho de lixo...você não sabe o que é síndrome de Estocolmo? Hum?

Denver- olha Nairobi...não eu sinto muito, eu não sei que síndrome é essa...mas se ela tem alguma síndrome ou alguma doença a gente vai superar junto.

Nairobi- não...não, vocês não vão superar juntos por que é você que ta provocando isso.

- a síndrome de Estocolmo é quando uma refém acaba tendo sentimentos pelo sequestrador.

Nairobi- essa garota deve tar com medo, mas você é um puta de um analfabeto que acha que é amor...como?...qual o seu problema Denver? Qual o seu problema em?

Moscou- já chega.

Eu fui até o armário e peguei uma garrafa de whisky e me sentei no sofá, sabia que aquilo não ia dar em nada.

Moscou- aqui ninguém ganhou o prêmio Nobel...ta na hora de parar de jogar merda no ventilador...estamos em uma situação crítica.

Berlín- não...nós vamos estar numa situação crítica se o professor não ligar nas próximas 6 horas...e ai a gente aciona o plano Chernobyl.

Todos olharam para Berlín, menos eu que já sabia o que era essa merda de plano pois se desse alguma merda com Berlín eu teria que assumir.

Moscou- o professor não disse nada disso...o que é plano Chernobyl?

- se tudo der certo é melhor vocês não saberem.

Berlín- se tudo der certo vocês nunca vão saber...então por favor vamos ter um pouco de paciência, ta bom? Agora se me dão um pouco de licença, eu vou esvaziar minha mente.

Ele falou saindo da sala e Nairobi se virou pra mim.

- se estão esperando conseguir algo de mim, vocês não vão tirar nada.

Falei abrindo a garrafa e tomando um gole.

Nairobi- olha pessoal, os dinheiro não se fazem sozinhos...é melhor a gente voltar a trabalhar.

Nairobi veio até mim.

Nairobi- eii...ei...não faz isso...

- eu vou ficar bem Nairobi, isso aqui não faz nada.

Nairobi- isso não vai fazer bem pra você.

Foi ai que ouvimos gritos pelo silêncio contínuo e fomos ver o que era, eu fechei a garrafa e subi com Nairobi.

Eles ligaram a TV para saber se o professor estava bem.

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