18. Inspetora (part 2)

335 24 0
                                    

Tokio voltou a revistar a inspetora...

Berlín- eu estou boquiaberto, a polícia com tecnologia de ponta...um microfone de virilha...

Nós 4 rimos e Tokio voltou e ficou do meu lado, só não riram os dois russos ali por que eles não tem senso de humor nenhum.

Berlín- joga isso fora.

Ele falou dando o microfone para Rio.

Berlín- já acabou? Tenha a bondade de me acompanhar.

Eu e Berlín fomos na frente e os outros foram atrás de nós e a inspetora no meio.

- Berlín os remédios.

Eu sussurrei.

Berlín- claro...já pego.

Todos saíram menos eu...como planejado, Berlín ainda não estava 100% da cabeça então era melhor ter alguém com ele.

Berlín foi buscar o café da inspetora.

A inspetora olhou bem pra mim mas a única coisa que via era o famoso pintor.

Berlín- o professor disse que você queria café, então eu trouxe um descafeinado para não estragar o seu sono...mas antes de começarmos, eu preciso dos meus remédios.

Inspetora- claro...aqui está.

Ele pegou a pequena sacola e deu para mim, eu tirei os remédios de dentro da sacola e vi que estava tudo certo, e lacrado, sinalizei para Berlín que me deu um sorriso.

Berlín- então vamos começar com as provas de vida...COMECEM...temos aqui Arturo Romã, diretor da casa da moeda...

Ele estava acompanhado de Rio e Tokio.

Inspetora- você vai trazer os reféns um de cada vez?

Berlín- hurum...isso ai....pra você não se confundir quando fizer as contas.

Eu sabia que aquilo ia demorar e diferente da inspetora e Berlín que tinham cadeiras viradas para a grande escadaria, eu não tinha, então me sentei encima de um dos móveis que tinha ali na sala encostando minhas costas na parede.

Berlín- Arturo...essa senhora é a Raquel Murílio, ela mandou que atirassem em você...mas não tenha medo...nós a revistamos muito bem e ela está desarmada...por favor, seja delicada com ele...o Arturo é relativamente um homem muito sensível e ele ficou um pouco traumatizado.

Inspetora- como você está Arturo?

Eu aproveitei o momento e subi rapidamente as escadas e fui até o escritório de Berlín guardar os remédios junto as seringas.

Eu guardei todos os remédio e voltei lá para baixo, e de um em um os reféns passaram pela inspetora...mas o que era mais impressionante era Berlín que não perdia o animo para atazanar a vida da inspetora.

Berlín- essa ai parece uma tia minha, mas ela já morreu...já tomou seu café?...ah esse que ta vindo ai, eu gosto dele, ele é tão quietinho...

Até chegar a vez de Mônica Gaztambide.

Inspetora- Mônica.

Mônica- sim.

Inspetora- você está bem?

Mônica- bom eu to meio enjoada...é que eu to grávida.

Inspetora- desculpa a pergunta mas, foi você que pediu uma pílula abortiva?

Mônica- foi...foi eu sim mas eu mudei de ideia...eu não sei se vou sair daqui e se sair eu não sei se vou poder cuidar desse filho mas...eu decidi que vou tentar.

A inspetora se levanta e da dois passos, Tokio se aproxima e eu me levanto pulando da mesa que eu estava sentada tirando minha arma do coldre onde ela estava.

Inspetora- por mais difícil que as coisas possam ficar...as mães sempre conseguem criar os filhos...o problema é quando a gente fica mais velha.

Foi quando a ferida da Mônica começou a sangrar que tudo ficar tenso e eu olhei para Berlín.

Berlín- se tem uma coisa que eu sei é sobre mulheres e filhos, então não se preocupe a mamãe vai ser bem atendida...tragam o próximo.

Berlín fez um gesto para eu recuar de novo e eu recuei e guardei minha arma, o mesmo puxou a inspetora até uma dos mostruários.

Berlín- ta vendo essas moedas aqui? Foram encontrados no estômago de um marinheiro sem vida...mumificado...parece que o capitão descobriu que o marinheiro havia roubado parte do carregamento que vinha da Índia...e ele fez o marinheiro comer cada uma das moedas que havia roubado...até morrer.

Inspetora- imagina se a gente aplica-se o mesmo castigo em vocês.

Berlín- acabaríamos como armários embutidos de seis portas.

Ele fez alguns gemidos como se estivesse morrendo e eu não pude deixar de rir com ele.

Berlín- você é muito engraçada inspetora.

Inspetora- eu não vim contar piada Fonollosa, ainda tenho que ver 4 polícias, 11 agentes de segurança e 13 adolescentes, entre eles a Alison Parker.

Berlín-ahhh..por favor você tem que relaxar, seja paciente, a sobremesa é sempre servida no final.

Inspetora- é...mas é que a sobremesa ta demorando muito e eu tenho medo de ficar sem apetite....eu quero ver agora a Parker.

Berlín- ela ta se arrumando...sabe como são os adolescentes, sempre tão vaidosas...no fundo eu acho que essa insegurança acompanha algumas mulheres por toda a vida.

Ele olhou para mim por que sabia que eu gostava de me arrumar e a inspetora também me olhou.

A Tokio chegou por trás.

Berlín- cadê a cachorrada?

Tokio- o Helsinki ta tirando da jaula.

A inspetora continuava a olhar pra mim pensando em quem eu poderia ser...eu olhei pra ela diretamente em seus olhos e desci de onde estava.

Mas a inspetora estava pensando em mais uma coisa...que a chegada dela ali era uma perda de tempo para ela, e mais dinheiro para nós...era exatamente como o professor falava...Tempo é dinheiro.

Mais algum tempo se passou e todos os reféns passaram menos a Alison.

Inspetora- bom, acho que já vi todos o reféns menos a Alison Parker, imagino que agora seja a vez dela.

Tokio- e se não o que...vai nos algemas?

Berlín- eii, por favor senhoras fiquem calmas...é muito cedo para pegar a lama e os biquínis...

Inspetora- olha, desde quando eu entrei aqui eu sou ouvir você dizendo idiotices...eu esperava algo mais profundo de um homem que tem só quanto...7 meses de vida?

la casa de papel - ParisOnde histórias criam vida. Descubra agora