30. Entrevista

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Jornalista- vocês decidiram se entregar?

Berlín- acabamos percebendo que nós...perdemos.

- HELSINKI, PODE ABRIR.

Os reféns saíram.

Nós fomos até onde deixamos o corpo de Oslo pronto para prestarmos homenagens a ele, Nairobi e Helsinki nos acompanhavam por todo lugar com as mascaras enquanto eu e Berlín dávamos aquela entrevista que não era nada mais do que um blefe para ganhar tempo.

Berlín- não sei se você já viu alguma vez um cadáver...pra alguns de nós também foi a primeira vez, você veio aqui para contar a verdade, aqui está, está é a verdade.

E o que pode ser mais apelão do que um casal triste? Hum? Um romance em meio a tenção, eu era uma espiã e uma ótima atriz, eu comecei a chorar e me encolhi nós braços de Berlín que continuava a dar aquela entrevista.

Berlín- nós levamos uma surra...é importante que você confirme, por favor.

A Jornalista testou o pulso do nosso companheiro enquanto Berlín me acalmava atrás dela que confirmava a morte.

Jornalista- sim...não tem pulso, ele morreu.

Ela falou virada para a câmera.

Berlín- os reféns que fugiram golpearam ele.

Berlín segurava minha cintura com uma das mãos e eu olhava para Oslo parando de chorar mas com os olhos vermelhos.

Berlín- ele morreu a poucas horas...

- e possivelmente que para as pessoas lá fora ele seja apenas um ladrão...mas para gente ele era um amigo.

Berlín- um companheiro.

- ninguém está preparado pra isso...nunca.

Berlín- é uma das razões que fez com que a gente não soltasse mais reféns...alguns dos que estão aqui pensavam que não sairíamos vivos mas francamente eu nunca pensei que seria ele.

Jornalista- o que você quer dizer? Tinha gente no grupo decidida a se matar?

Berlín- não não...não tem nada haver com isso, nos somos pessoas simples...pessoas que enfrentam dificuldade de todo tipo.

- como todo...até doenças terminais, e tivemos que tomar uma decisão como essa para...conseguir deixar algo para nossas famílias.

Berlín- deixar algo para nossos entes queridos.

Berlín começou a chorar e saiu de perto.

Eles passaram a câmera para frente e eu fiquei com Helsinki e Nairobi por trás dela.

Berlín- eu mesmo tenho uma doença degenerativas chamada Miopatia de Hellmer...a polícia sabia...e não se importaram em divulgar mentiras sobre mim...eu quero dizer uma coisa...eu posso ser um ladrão, e fui por toda a vida, roubei bancos...joalherias, até levei pessoas para esse caminho...

Ele falou olhando pra mim.

Berlín- mas eu nunca vendi ninguém...eu nunca vendi uma mulher...eu não sou um cafetão que trafica...que viola mulheres...eu não sou isso....perguntem pra policia quando saírem daqui a onde foram arquivadas essas acusações...ou perguntem para a minha própria esposa...que ficou anos comigo, ela está bem na frente de vocês.

Jornalista- senhora Fonollosa..

- senhorita...não sou tão velha a esse ponto.

Jornalista- perdão...senhorita Fonollosa, pode confirmar isso para nós?

- o meu marido...nunca fez nada desse tipo...eu acompanhei ele por uns 5 anos, e nenhum vestígio disso nem antes, nem depois, foi descoberto...vocês acham que eu me casaria com um cafetão se soubesse que ele faria coisas assim, entre mim e o Andres nunca houve mentiras, e e ele nunca faria algo assim, eu amo ele e eu nunca vou deixar de amar.

Ele sorriu pra mim todo bobo ainda com os olhos marejados.

Jornalista- então vocês estão dizendo que a polícia mentiu para a opinião pública?

Eu fui até ele e sequei uma lágrima que escorria de seu rosto.

Berlín- mas a Polícia mente...mentiram pra opinião pública, mentiram para meus amigos...pisaram no nome da minha família...eu sou um ladrão, mas tenho todo o direito do mundo de não ser difamado...tenho o mesmo direito de qualquer um a morrer em paz...com dignidade...eu não consigo mais...

- pode cortar por favor?

Os jornalista saíram da casa da moeda e tínhamos o povo com nós...o telefone tocou e eu atendi.

- professor? Você viu a gente na TV?

Professor- Paris eu quero todos vocês, como se fossem uma equipe de remo ta bom? Quero que você diga pro Rio que como capitão desse barco vou tirar a Tokio da prisão nem que seja a ultima coisa que eu faça.

- esse sim é o professor que eu conheço...pode deixar...

Professor- chame o Berlín.

- Berlín.

Berlín- eu?

- você.

Eu dei o telefone pra ele e ele me prendeu contra a mesa e ele, de um lado tinha o braço dele e do outro o cabo do telefone.

Berlín- Obrigado.

E falou pegando o telefone da minha mão.

Berlín- diga....

Eu não conseguia ouvir o que o professor falava.

Berlín- quais as chances disso ser verdade?...isso é jogo da polícia, dizer que a vítima vai sair do coma pra você ir lá e mata-la não cabe nem nos filmes de seção da tarde.

Eu dei um toque em Berlín pra ele soltar e ele o fez, eu fui atrás do Rio.

- Rio...posso falar contigo?

Rio- pode.

Ele se levantou e eu o levei até a sala do lado.

- Rio...o professor falou pra eu te falar uma coisa...a primeira coisa que ele vai fazer depois de tirar a gente daqui vai ser tirar a Tokio da prisão...ele é um cara de sorte, e eu sei que ele vai conseguir...

Rio- ta bom...

Ele voltou a se sentar com os reféns e eu voltei para o QG.

-Berlín?

Berlín- senhorita Fonollosa? Hum?

-ah...

Eu dei um sorriso bobo involuntariamente.

Berlín- me ama hum?

- amo...

Berlín- iria querer algo comigo mesmo eu tendo tão pouco pra te dar? Pouco tempo...

- Berlín...eu sempre estive ao seu lado e eu acho que você pode ser o 1 dos 10 que vai sobreviver...então sim, eu quero algo com você...senhor Fonollosa.

Eu fui até ele, que puxou minha cintura me deixando entre a mesa e ele.

Ele me pegou e colocou encima da mesa e continuou me beijando até ficarmos sem ar...

Berlín- eu te quero muito.

- aqui não...

Eu falei descendo e puxando ele até o antigo escritório dele, onde não havia câmeras.

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