Trinta e Cinco: Encontro ~hot

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Depois da vitória dos meninos na final, acompanhei meu pai e eles até a cafeteria que Shoto indicou. É a mesma que sempre vamos ao terminar uma competição, então éramos até mesmo conhecidos pelos funcionários. Foi algo legal e descontraído, mas não consegui relaxar.

São vários os motivos para que até agora, um dia depois daqueles acontecimentos, eu esteja pilhada. Mimi Kyoshi está internada no hospital, pois perdeu muito sangue. A história rolando é a da tentativa de suicídio, mas já li no falecido Twitter um pessoal comentado que aquilo estava suspeito. De qualquer forma, a investigação policial ainda está acontecendo, esperando uma melhora no quadro para interrogá-la.

Tirando isso, meu ombro está fodido. Os remédios ajudam a controlar a dor, mas a luxação deixou seus efeitos. Ainda uso a ombreira para estabilizá-lo, embora eu não tenha rompido nenhum tendão. Estarei de molho por um tempo, incluindo o início das Nacionais. Pelo menos conseguimos dar um bom show na nossa última partida, onde eu estava drogada e cheia de adrenalina.

Agora, mesmo com um braço só, estou arrumando minhas malas. Nossos amigos e eu iremos para a casa de férias da família Todoroki, em uma cidade próxima de Musutafu. Eu sempre gostei de ir lá, pois embora a casa deles seja grande e com um jardim imenso, eles não tem piscina. Eu sei que não poderei nadar na praia ou na piscina com meu braço assim, mas só por sentir aquela água gostosa no meu corpo eu estarei feliz.

Pelo menos é o que eu acho.

Viajaremos no final de semana para ficar até final de domingo, pois iremos precisar voltar a realidade. Guardo a última peça de biquini e fecho minha segunda mala, guardando-a de pé ao lado do guarda-roupa. Olho para o meu reflexo mais uma vez, ajeitando meu cropped preto e meu cabelo. Meu estômago começa a dar sinais de nervosismo, algo muito comum nesses últimos dias.

Não sei porque estou tão ansiosa para esse encontro. Katsuki e eu já estamos nesse rolo há meses, não faz sentido. Mesmo assim, sinto-me como uma adolescente prestes a dar o primeiro beijo. Solto um suspiro pesado e saio do quarto, descendo as escadas  o mais rápido possível sem que sentisse dor. Minha mãe abre um grande sorriso ao me ver cruzando a sala.

– Está linda! Até esse negócio combinou com você.

– Tô com uma roupa normal, mãe. – Digo um pouco envergonhada – E meu cabelo tá rebelde. Vou acabar prendendo essa merda.

– Ele fica cheio de vida quando está assim, tenho certeza que o Bakugou gosta também.

Minha mãe sabia do encontro, mas meu pai não. Inclusive, ele não estava em casa, então iria aproveitar o momento para sair. Nanami beija meu rosto e corre para a porta quando a campainha toca. Céus, minha mãe parecia tão adolescente quanto eu agora.

– Oi, Bakugou. A Sayori está na sala. – Ela tenta passar uma imagem durona, mas eu sei bem que está se contendo.

– Boa tarde, sra. Shimura. Você está linda, como sempre.

Katsuki beija as costas da mão dela, dando-lhe um sorriso galante. Tenho que segurar a risada para o claro constrangimento da Nanami.

– Você é um conquistador barato. – Digo ao me aproximar – Não sei se aguento.

– Só tenho olhos para você, não se preocupe.

Ele mantém aquele sorriso para mim, embora tivesse aumentado um pouco. Percebo que há um curativo em seu supercílio, provavelmente por conta da luta de ontem a noite. Ainda não sei de onde ele tira tanta energia para fazer as coisas que faz. Katsuki se inclina para beijar-me no rosto, tocando levemente na base das minhas costas. Depois, segura minha mão e entrelaça nossos dedos. Eu realmente me sinto uma garotinha boba agora.

𝐛𝐫𝐢𝐧𝐜𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐜𝐨𝐦 𝐟𝐨𝐠𝐨 • katsuki bakugouOnde histórias criam vida. Descubra agora