Trinta e Dois: Campeonato municipal pt 1

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A semana da competição municipal chegou e eu não podia estar mais pilhada.

Praticamente não dormi na noite anterior, então gastei energia treinando na garagem. Meu pai estava tão nervoso quanto e não conseguiu descansar também, acompanhando-me na minha loucura. Não consegui comer nada no café da manhã, sentia-me enjoada e aquilo causava repulsa. Agora, com uma térmica de café já pela metade, tremia com a bomba de cafeína.

Por ser um campeonato na própria Musutafu, a escola não disponibilizou ônibus para o nosso deslocamento. Meu pai ofereceu carona para alguns dos seus jogadores que não tinham carro, enquanto outros, como Bakugou e o próprio Shouto - pegando o carro do tio Enji emprestado -, levariam seus colegas. Ir em um carro cheio de testosterona nervosa não ajudava muito no meu humor.

Meu time já estava indo até o ginásio poliesportivo no centro da cidade, assim como todo mundo. Esfrego meus olhos e solto um suspiro forte, grunhindo no banco do carro. Meu pai aperta meu ombro e o acaricia, tentando me acalmar.

- É sempre assim? - Hayato pergunta, com um tom de riso.

- Não. - Seus três atletas falam em uníssono.

- Calem a boca. - Reclamo.

- Cara, você tá me deixando nervoso, mais que o normal. - Hiro diz - Isso que eu sou do banco.

- Desculpem se não estou conseguindo levantar o ânimo de vocês. - Viro-me para eles - Dessa vez o Shouto precisa tomar as rédeas.

- E eu? - Meu pai pergunta.

- Você não dormiu a noite toda, estamos no mesmo barco.

Chegamos na área do ginásio poliesportivo, estacionando em meio aos diversos carros. Logo encontro os meninos e aceno para que nos encontrem, completando o time de basquete. Shouto e Bakugou chegam sorridentes, cumprimentando a todos, inclusive a mim. Enquanto o loiro abraça-me rapidamente, Shouto ergue-me no ar e estala um beijo em minha bochecha.

- Bom dia, Say. Não dormiu? - Ele ergue uma sobrancelha.

- Quero vomitar. - Reclamo baixo.

- Deveria ter tomado algum chá para controlar esse nervosismo. Como vai lidar com o seu time?

- Aizawa vem hoje. - Deixo minha testa contra seu peito - Me mata, por favor.

- Não fala bobagem, Sayori. Achei que era mais forte que isso. - Meu pai estapeia minha cabeça - É a primeira vez que verei você em uma competição.

- Ah, obrigada por me lembrar. - Reviro os olhos - E você, Hayato, não me engana. Está tremendo igual a mim.

Meu pai ignora meu comentário e começa o seu discurso. Bakugou aproxima-se de mim, ficando ao meu lado. Ele se inclina para falar próximo ao meu ouvido:

- Precisa de alguma coisa?

- Só estou nervosa, não sei lidar com isso direito. - Sussurro de volta

- Adoraria gastar energia com você até que esquecesse seu nervosismo. - Sinto que ele sorri, daquele jeito que eu tanto gosto - Mas não é viável antes de um jogo, ainda mais que precisei lutar ontem.

- Sério? Mas é sua terceira luta em quatro dias...

- E sigo invicto. - Bakugou abre um sorriso metido.

- Você não tem nenhuma marca mesmo. - Olho para o seu rosto de relance.

- A única pessoa que pode tocar em mim, é você. - Bakugou pisca com um olho, ajeitando sua postura antes que meu pai nos pegasse conversando durante seu discurso motivacional.

𝐛𝐫𝐢𝐧𝐜𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐜𝐨𝐦 𝐟𝐨𝐠𝐨 • katsuki bakugouOnde histórias criam vida. Descubra agora