Trinta e Três: campeonato municipal pt 2

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Ginásio poliesportivo, narrado em 3ª pessoa

O time masculino de handball da U.A. perdia por dez gols. Shimura roi suas unhas, ansiosa para ver o plano em prática. Shindo havia escutado atentamente os detalhes e parecia convicto de que conseguiria. Usaram o último pedido de tempo para repassar aos demais jogadores e, agora, era só esperar.

Aizawa sabia que aquilo daria certo, afinal de contas, sua pupila vivia fazendo esse mesmo movimento durante os campeonatos, principalmente quando se sentia entediada. O cenário aqui era diferente: queriam desestabilizar o adversário. Quando Sayori Shinura utilizava essa tática, normalmente, era porque precisava de mais desafios no jogo.

Da arquibancada, o time de basquete franzia a testa, sem entender porque o melhor jogador da U.A., Yo Shindo, estava tão descoordenado. Pensavam que talvez ele houvesse se machucado naquela hora, mas não sabiam dizer. Hayato encarava a filha de longe e podia sentir sua aflição. Queria ajudá-la e até mesmo se arriscar a dar algumas dicas, mesmo não sendo o seu esporte favorito. Por outro lado, Todoroki começa a sentir uma leve inquietação. Parece que ele estava tendo um deja vu.

– Parece que já vi isso, no final eles ganhavam. Com uma diferença grande. – Ele fala praticamente sozinho, mas seus colegas de time prestam atenção – Tipo um deja vu.

– Essa é nova. – Bakugou diz com certo desgosto – Porém, concordo que tem algo errado ali. Não estão sendo tão ofensivos.

– Estão errando bastante o tiro a gol. – Midoriya completa.

– Vocês costumam ver esse time jogar? – Treinador Hayato pergunta.

– Esse é o primeiro campeonato que podemos ver os times de handball jogando, mas ainda assim, estamos mais acostumados a vê-los jogar do que o time da Sayori. - Todoroki explica. - Ela deveria estar gritando mais com eles, inclusive.

Na quadra, os jogadores da U.A. estavam ansiosos. Esperavam o sinal perfeito para começarem a virar o jogo. Shindo olhava para sua capitã no banco de relance, sempre esperando por sua aprovação. Não pôde negar que estava nervoso, pois era um movimento arriscado que apenas ela coordenava no time. Queria mostrar que era bom o suficiente e, quem sabe, impressioná-la.

Fingir estar machucado, errar os gols e passes, fingir que estavam jogando mais na defensiva: todos esses passos pareciam suicídio. Aizawa-sensei havia dado um apelido um tanto conveniente para a estratégia e pensar nisso dava mais energia ao moreno. Shindo iria mostrar que não se pode subestimar o colégio U.A.

– Falta!

Shindo vai para trás, caindo sentado. O seu adversário, Takashi, estende a mão para ajudá-lo, mas possuía um riso contido em seu rosto. É o mesmo que torceu seu braço de maneira suja, escondida do juiz.

– Parece que não é o seu dia hoje, Yo Shindo.

– Qual é, eu precisava impressionar uma garota. – Shindo diz aceitando a ajuda para levantar. Tentava manter a neutralidade diante daquilo.

– Lamento, acho que estou roubando o seu brilho. – Ele olha por sobre o ombro do moreno, encontrando uma garota bonita no banco. Os olhos verdes dela eram intensos e encaravam-no sem medo – Qual o nome dela?

– Se tiver coragem, vai perguntar. – Shindo se diverte com a resposta e com a cara confusa do adversário.

Quando os olhos do próprio colega de Shimura encontram os dela, ele apenas sabia que havia chegado o momento. Um sorriso gigante apareceu no rosto dele, causando o riso dela. Pronto, ele estava mais confiante que nunca depois disso. Assim que seus adversários avançam, já um tanto desleixados por subestimarem a U.A., Shindo rouba a bola e corre para o gol. Segundos se passam até que o adversário entenda que um gol havia sido feito.

𝐛𝐫𝐢𝐧𝐜𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐜𝐨𝐦 𝐟𝐨𝐠𝐨 • katsuki bakugouOnde histórias criam vida. Descubra agora