𝐛𝐫𝐢𝐧𝐜𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐜𝐨𝐦 𝐟𝐨𝐠𝐨 • katsuki bakugou

Vinte e Nove ~hot

Pisco várias vezes, sem saber ao certo com reagir. A loira continuava a olhar-me, sem expressar arrependimento ou brincadeira no que disse. Na verdade, ela parecia muito animada, tamborilando os dedos uns nos outros. Nunca imaginei que ela era tão doida assim, mesmo quando passava pela Toga e a via com aqueles olhos sinistros. Mesmo quando ela simplesmente tirou a chance da Ochaco em competir nas classificatórias.

Será que o primo, Tomura, é tão maluco quanto?

– Eu não irei fazer isso.

– Por quê?

– Porque isso é assassinato, Toga! – Arregado os olhos e mantenho a voz baixa, embora seja difícil segurar a vontade de fazê-la acordar para a vida.

– Machucá-la muito? – Ela inclina a cabeça e o seus fios loiros caem para o lado. Sua feição vai se tornando séria.

– Eu já disse a você, não irei perder a chance de ir para as nacionais no meu último ano. Você também deveria estar preocupada com isso.

– Ninguém saberia além da própria falecida. – Toga finge um bocejo – Você é chata.

– Quer se vingar dela? Beleza. – Levanto-me, limpando minha saia – Eu ajudo no que for, mas não irei matá-la, nem deixá-la a beira da morte, entendeu?

Toga faz um beicinho de criança birrenta e desvia o olhar. Depois de alguns segundos, ela se levanta, também limpando sua vestimenta.

– Você ainda tem muita moral, que tédio. – Ela reclama baixinho.

– Você deveria pensar mais em si mesma e nas suas chances do futuro. – Massageio minhas têmporas, irritada – Se alguém descobre que você fez algo do gênero, perderia completamente a chance de uma bolsa.

– Qual o problema disso? 

– Você gosta de viver onde vive? – Ergo uma sobrancelha – Sei lá, tem alguma ideia de profissão, um sonho?

– Hmm ... – Toga cruza os braços e olha para o céu – Gostaria que as pessoas parassem de me tratar como uma maluca.

Quase rio do seu comentário, pois ela é, claramente, uma maluca.

– Tá, então quem sabe você não consiga provar o seu ponto de vista fazendo algo por si mesma? – Dou um sorriso curto – Perder a oportunidade de fazer algo assim e se livrar desse... rótulo que puseram em você vale a pena? Mimi vale isso?

Toga volta seus olhos dourados para mim. Ela estava com uma expressão indiferente, analisando-me por completo. Acabo pensando que disse mais do que deveria, talvez até mesmo causado sua ira. Ela viveu em sociedade até hoje, fingiu ser do grupo das piranhas. Toga deve ter algum senso, alguma moral no fundinho do seu coração. Não há como ser uma completa sociopata, ou há?

– Não vejo um futuro grandioso a frente, ainda mais sendo da família Shigaraki. Provavelmente eu termine fazendo algo que gosto a favor deles, como torturar pessoas em busca de respostas ou apenas para que aprendam alguma lição.

Engulo em seco. Ela nem pisca ao dizer tais coisas.

– É o que você quer?

– Como assim?

– Você deseja isso pra si mesma? Ou só aceitou porque a sua família disse isso pra você?

– Acabei de dizer que gosto disso.

– Gostar é diferente de... sei lá... viver fazendo isso. – Coço a cabeça, sem saber como melhorar a explicação.

– Meninas!