Vinte e Três: Você precisa fazer isso

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– Vamos para a minha casa.

Toya, no banco da frente, digitava freneticamente em seu telefone enquanto falava. Hawks seguia em silêncio, com a cara fechada, enquanto dirigia seu carro. Bakugou ainda estava apagado no meu colo, embora eu tentasse acordá-lo com alguns tapinhas em seu rosto. O loiro reclamava, mas seu olho não abria. No fundo eu estou tranquila por estar tendo algum tipo de resposta dele, mas ainda assim, queria poder conversar efetivamente com ele. 

– Espera, meus pais... – Um nervosismo extremo atravessa meu peito – Que horas são? Eu deveria estar em casa há horas...

– Já dei um jeito nisso. – Toya, como sempre, adiantado quando o assunto é resolver a merda dos outros – Porém, ainda terá que falar com eles, pois seu pai não gostou muito.

– O que disse para eles?

– Eu não disse nada. – Toya suspira – Shouto ficou responsável por essa parte.

– Que? – Meus olhos se arregalam –  Você meteu ele nisso?

– Sim, Sayori. – Ele vira seu corpo no banco, para olhar-me – Era o único jeito de passar uma desculpa convincente para eles. Como vou ter que resolver outras coisas, Enji também está metido nisso.

– O QUÊ? – Hawks faz um shiiiiu alto e olha-me pelo retrovisor. – Desculpe, mas...

– Você está sem poder de argumentação. Quando chegarmos lá, ficará quietinha enquanto os adultos conversam.

 – Você está sendo ridículo. Primeiro temos que levar Bakugou para um hospital... – Tento argumentar, mas o loiro mais velho corta a minha fala.

– Eu sou enfermeiro justamente para lidar com isso. Posso não ser um médico, mas o curso técnico e a experiência me ensinou muita coisa. Hospital está fora de cogitação. 

– Ele pode ter tido alguma concussão... 

– Katsuki tem uma cabeça dura. – Hawks para o carro na frente da casa dos Todoroki –  Além disso, já fiz os testes que eu podia, já que não tenho como fazer exames de imagem aqui. – Ele sai do carro e abre a porta ao meu lado, para ajudar-me a sair e, depois, retirar o irmão – Vou ficar de olho nele, em último caso iremos levá-lo.

– Hawks, isso é sério, ele...

–  Escute, Sayori. – A voz dura dele gela minha pele – Primeiro, se formos ao hospital, isso irá alertar tanto nossa mãe, quanto os policiais. Se os tiras se envolverem, Shigaraki pode fazer coisas piores do que levar você para passear ou bater no Katsuki. Acredite, Mitsuki não iria deixar isso passar em branco.

– Por que diabos viemos para cá? – Toya ajuda Hawks a erguer o corpo de Bakugou, ainda desmaiado – Vocês ficarão em risco também.

– Toya!

A voz de Shouto surge ao nosso lado. Quando olho para o meu amigo, seus olhos estavam focados em Bakugou. Não sei dizer ao certo que tipo de sentimento se passavam neles, se era surpresa, medo ou irritação. Ele ignora a minha presença por tempo suficiente para auxiliar os rapazes a entrarem pelo portão e, em seguida, na casa. Quando estamos todos protegidos pelas paredes, sinto os braços de Shouto cercarem-me com força, sufocando-me.

– Shouto, estou sem ar. –  Reclamo.

– Você é uma idiota. Onde estava com a cabeça de se envolver com um cara desses? –  Shouto se afasta de mim, segurando meu rosto com as duas mãos. Seus olhos percorrem a marca que Shigaraki deixou em minha bochecha – Isso passa dos limites até para você.

– Estou bem, acalme-se. 

– Bem? Você podia ter morrido, Sayori. 

– Bakugou não deixaria isso acontecer, é por isso que...

𝐛𝐫𝐢𝐧𝐜𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐜𝐨𝐦 𝐟𝐨𝐠𝐨 • katsuki bakugouOnde histórias criam vida. Descubra agora