– Em que merda você se meteu, Sayori?
Olho para Shouto com pavor, sentindo meu corpo gelar e estremecer. Ele tinha um olhar intenso, parecia uma raiva controlada. Eu tento desconversar, mas ele se aproxima e pega o celular da minha mão, procurando o último número a me ligar. Quando vê o nome da Mimi na tela, ele aponta para o aparelho, olhando-me mais uma vez.
– Não tem uma mentira na ponta da língua? – Shouto passa a mão pelo cabelo e anda de um lado ao outro – Você estava falando com a polícia?
– Eu... – Engulo em seco, sem saber direito como sair dessa.
– Pelo amor de Deus, Sayori. – Ele ri, mas é um riso desesperado.
– Por favor, eu preciso que você se acalme.
Soo o mais tranquila possível, embora estivesse entrando em colapso. Eu sinto minha boca se contorcer em um riso nervoso e embora eu tenha conseguido acalmar o Shouto, eu estava começando a ficar desestabilizada. Agora ando de um lado a outro, com as mãos na cabeça. Meu peito arde e sinto uma falta de ar tremenda, provavelmente tendo um ataque de pânico. Tento respirar, mas a minha inspiração não é o suficiente. Quando começo a hiperventilar, Shouto abraça-me apertado.
Em um primeiro momento, isso é pior. Sinto que estou sufocada, presa, quase como um animal enjaulado. Depois, meu corpo vai relaxando, voltando a sentir o perfume reconfortante que ele tem. Agarro a sua camiseta, apoiando minha testa em seu peito. Fico balbuciando alguns números de 1 a 10, tentando inutilmente retomar a mim. As mãos dele sobem e descem das minhas costas e ouço-o fazer um "shii, shii", como os pais fazem para acalmar as crianças.
– Desculpa, eu fiquei preocupado. – Ele diz baixinho, perto da minha orelha – Quando quiser conversar, eu irei ouvir. Só quero que seja sincera e aberta comigo, Say.
– Você vai me matar. – Digo no mesmo tom, ainda com a cara enfiada em seu peito.
– Prometo que não, talvez só brigar.
Shouto me leva até a espreguiçadeira, onde sentamos um ao lado do outro. Apoio os cotovelos nos joelhos, ainda segurando minha cabeça e bagunçando meu cabelo. Ele continua com uma das mãos acariciando minhas costas, enquanto a outra fica em meu joelho. Respiro profundamente, pensando o quê, exatamente, eu deveria contar.
Meu celular vibra e antes que eu atendesse, Shouto o faz. Sua voz estava o mais neutra possível, mas percebi que ele se irrita quando a pessoa insiste que deve falar comigo.
– Você também tá metido nisso, pelo jeito. – Ele demora um tempo, ouvindo – Acontece que ela está aqui do meu lado, prestes a falar o que tá rolando. – Shouto faz uma careta – Toya, estou sem paciência.
– Me dá aqui. – Digo, pegando o telefone e colocando-o no viva-voz. Deixo um volume baixo, para que apenas nós dois ouvíssemos – Oi.
– Sayori, espero que você não tenha feito o que eu tô pensando.
– Depende...
– Como assim depen... Argh. – Toya resmunga algumas coisas do outro lado da linha – OK, eu vou ser curto e grosso e espero que o Shouto esteja ouvindo para conseguir estrangular você, já que eu não tô aí.
– Sim, eu tô. – O irmão mais novo responde.
– Você tentou matar a sua colega?
Um silêncio desconfortável se forma entre nós três. Sinto a tensão de Shouto ao meu lado, ainda mais quando meu amigo se afasta, parando a carícia para olhar-me espantado. Quanto mais eu demoro para responder, mais a sua feição se fecha, como se aquilo fosse a resposta que ele precisava. Nunca vi tamanha decepção e estranheza no olhar dele e isso simplesmente destruiu o meu coração.
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𝐛𝐫𝐢𝐧𝐜𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐜𝐨𝐦 𝐟𝐨𝐠𝐨 • katsuki bakugou
Фанфик『 boku no hero academia || +18 fanfic 』Sayori Shimura se diverte na festa de despedida das férias com seus amigos, até demais. Com as aulas do último ano do ensino médio começando no outro dia, além da ressaca gigante, Shimura terá que aprender a li...