Um grande homem

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Christian conseguia sentir todo o seu corpo esquentar

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Christian conseguia sentir todo o seu corpo esquentar. A preocupação estava em cada parte sua, fazendo suar até mesmo o seu couro cabeludo, tentado a mandar uma mensagem para Aurora. No entanto, tinha ciência que poderia piorar as coisas para a amada. Passou toda a festa do casamento em silêncio, falando apenas o necessário com seus familiares para não deixar o clima ruim – ainda que sua feição desagradável estivesse evidente.

Se culpava por não ter sido cauteloso, todavia, não poderia pensar no que deveria ter feito naquela altura. Pensava no quão imprudente foi em ter deixado que Aurora invadisse sua mente, fazendo com que a ouvisse, deixando de conversar formalmente com Cristina. Era reconfortante pensar que se tivesse feito o que queria, não estariam passando por aquilo, amenizando a reação de sua funcionária. Se remoía por não ter feito a coisa certa desde o princípio.

Não se deu ao trabalho de esperar a festa terminar, decidindo que subir para o seu quarto na mansão fosse uma ótima ideia. Precisava de um banho e, principalmente, ter um tempo a sós com os próprios pensamentos afim de tentar achar uma resolução para os seus problemas. Cristina estava sendo uma mulher irredutível. Ligou para seu celular, e atendeu para que pudessem marcar de conversar a sós, mas sem sucesso. Foi ameaçado e, além disso, todos os presentes que dera para Aurora seriam devolvidos, como se não valessem nada.

Tudo bem que Cristina conhecia mais Camilo, do que ele. Entretanto, pensava que sua conduta e a amizade que mantinham no trabalho junto com todo o respeito que tem por ela seria o suficiente. Agora estava entre a cruz e a espada, se decidindo se colocava mãe e filha uma contra a outra e estragasse o pouco de relacionamento sadio que tinham, assumindo Aurora de dezoito anos, causando um rebuliço em sua vida, ainda que a amasse com todo o coração. Ou se colocava um ponto final em tudo e seguisse sua vida, prometendo a si mesmo jamais cometer o mesmo erro.

Apertou as têmporas com os dedos, e em seguida coçou os olhos, cansado. Retirou seu terno e calça social, deixando separado para a governanta levar para lavar no dia seguinte. Guardou somente seu sapato no armário dentro de seu closet. Arrastou seu corpo até o banheiro, ligando em uma ducha quente, como se a água fosse relaxar todos os seus músculos afim de deixá-lo menos tenso. Ao finalizar, retornou para o seu quarto e optou pela mesma roupa de sempre: moletom e regata.

Desceu até a cozinha para pegar uma bebida, de preferência um suco para forrar o seu estômago, aliviando o enjoo que a bebida alcoólica ingerida mais cedo lhe causou. Sua cabeça também doía, mas sabia que era apenas o resultado de uma situação nada esperada, causando até mesmo um peso na consciência enorme. Antes que pudesse retornar para o seu quarto, pode notar que adentraram a cozinha, sendo sua mãe empurrando a cadeira de rodas de Camilo, seu pai. Eles riam juntos, como se estivessem brincando, e, por um segundo, conseguiu esquecer o problemão que o assombrava.

— Vejo que estão se divertindo. – caminhou até sua mãe, abraçando-a de lado e beijando sua bochecha.

Em seguida, abaixou de uma forma que ficasse na altura de seu pai, olhando-o com ternura. Fixou sua atenção dentro de seus olhos verdes, podendo ver um pouco do reflexo de seu próprio rosto.

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