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Aurora chorou baixinho, aproveitando o silêncio em toda a volta do lago. Ainda escorada no tronco da árvore. Deixou que as lágrimas descessem pelas suas bochechas, embaçando suas vistas. Triste, frustrada e desapontada. Com Cristina e, principalmente, com Christian. Ele havia prometido lutar por ela, pelo o que sentia, e foi contra todas as suas promessas de amor. Fez com que a sua mãe estivesse certa a respeito dos homens.

Eles sempre mentem.

Quando sentiu as lágrimas cessarem, aceitando toda a sua situação, respirou fundo e se levantou. Limpou seu rosto com as mãos, depois passou os dedos nos cabelos pra alinha-los, tentando ficar apresentável. Precisava voltar para casa, mas, antes de tudo, queria enfrentar Romeno pela última vez. Queria olhá-lo nos olhos e dizer-lhe que agiu pior que um adolescente terminando com ela por mensagens. Não custava nada vê-la para uma despedida justa, e dizer as palavras, mesmo que a deixassem ainda mais infeliz. Correu até um táxi, pegando o primeiro que apareceu, dizendo o endereço com a voz arrastada e embargada.

O motorista a olhou pelo espelho do retrovisor, um pouco confuso. Era acostumado a presenciar todos os tipos de pessoas, que sentavam no banco traseiro, encolhidos, com os olhos sem brilho e totalmente vazios. Poderia ser a perda de alguém importante, problemas familiares, a não realização de um sonho, ou, o mais comum, um coração partido.

Vagou seus olhos pelas ruas e, por um segundo, sua mente voltou a funcionar ao normal, lembrando que sequer tinha dinheiro para pagar a corrida ao taxista. Não levou bolsa, nem carteira. Pelo menos não precisava se preocupar com as chaves de casa, pensou. Apenas o bendito celular permanecia consigo.

— Senhor, me deixa aqui. - pediu, quase o assustando.—  Desculpe, eu esqueci que estou sem dinheiro. – falou rapidamente, mas o motorista se recusou a parar o carro.

— Minha querida, esta corrida saíra de graça, como um desconto pelo dia que está tendo. – apenas a disse, gentilmente, podendo ver o rosto de Aurora suavizar, por estar reparando-a pelo retrovisor.

— Muito obrigada, mesmo. – agradeceu, voltando a relaxar seus músculos no acolchoado do banco.

O carro andou por algumas quadras, até senti-lo diminuir a velocidade por completo. Ela havia chegado ao seu destino. As portas foram destrancadas e, antes de descer do veículo amarelo, pode ouvir algumas palavras bonitas do senhor atrás do volante.

— Não importe o que tenha acontecido, menina, lembre-se que amanhã é outro dia e tudo se ajeita conforme tem que ser.

E, com o conselho de um senhor que não conhecia, sorriu. Era perceptível a sua vivência como motorista — e de vida, devido a sua idade — , encontrando todos os tipos de pessoas, que carregavam suas alegrias, tristezas, e problemas do cotidiano.

Doce AuroraOnde histórias criam vida. Descubra agora