— Eu não vou para o restaurante! – a voz irritada de Aurora soou por toda a casa, enquanto sua mãe tentava fazê-la mudar de ideia.
— Ele vai dizer que estou fazendo a sua cabeça, Aurora. Eu não quero me aborrecer com isso. – Cristina falava grosso, impaciente com a rebeldia da filha.
Aurora respirava fundo para não gritar, batendo o pé pela casa. Estava tão chateada e magoada com o pai que sequer queria vê-lo. Ele tampouco a mandou uma mensagem em duas semanas desde a separação. Havia apenas mandado uma mensagem para sua mãe, perguntando se ela não iria mais ajudá-lo no restaurante.
— Eu vou querer o dobro do que ele me paga para ajudá-lo, só por ter que olhar para a cara de pau dele. – disparou enquanto subia as escadas. — É a minha condição. – parou no meio da escada, virou um pouco seu quadril, dizendo por último, encerrando o assunto com Cristina – que sentou no sofá exaurida.
Cristina estava cansada o suficiente para lidar com aquela situação. No final das contas, o restaurante também era dela, por ter colocado dinheiro e o auxiliado em decorações e conseguido funcionários para trabalhar. Aliás, fora ela que contratou Helena Drummond.
Sentia-se uma completa tola. E, quanto a Aurora, ela sabia que a garota não estava errada. Fernando não a procurou nas duas semanas que passou após ela descobrir a traição, a deixando ainda mais revoltada. Ele apenas buscou todas as coisas, falou com ela quando a encontrou em casa e se retirou.
E, para piorar a coisa, Cristina havia dado entrada em seu divórcio. Aproveitara a indicação de seu chefe, contratando Marcos Coimbrã para ajudá-la. Era mais prático pelo fato dele ser amigo de Christian, facilitando em relação a papelada, por já estar em seu ambiente de trabalho e precisar assinar os papéis apenas quando encontrasse com Fernando para oficializarem a divisão de bens e o divórcio. Não quis acionar seu antigo advogado pelo fato dele ser amigo de seu ex marido. Não desejava mais nenhuma relação com ele, apenas relacionado a Aurora.
Era sexta feira à noite, quase no horário da garota ir para o restaurante. Cristina estava em casa mais cedo, por ter que finalizar alguns papéis para o evento no dia seguinte. No sábado seria o evento de tecnologia, juntando os novos carros da Jeep no enorme pátio da Insurence, que era distante da empresa, acessível apenas para o conserto, eventos, e demais afazeres relacionados aos carros e seus seguros. Seria um enorme avanço que a empresa daria após alguns anos apenas lançando seus produtos. A empresa que Christian agora administrava, por sua influência no exterior, o ajudou a fazer uma ótima parceria com uma enorme marca de automóveis dentro e fora do país.
Estava enlouquecendo por ter que lidar com uma filha adolescente e todos as suas obrigações no trabalho. Abriu uma garrafa de cerveja artesanal que estava em sua geladeira, despejando o líquido dentro da taça para beber e tentar relaxar um pouco. Retornou para o sofá e pegou seu celular que estava sob a mesa de centro, discando o número de Fernando para conversar sobre sua filha.
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Doce Aurora
RomansaAurora não sabia o que era estar aficionada por alguém até encontrar Christian, o homem engravatado de olhos verdes que quase a atropelara. Entretanto, o pequeno contato foi o suficiente para ambos se conectarem, mesmo que talvez nunca se vissem out...