Aurora vagava com sua mãe no shopping naquela tarde de sexta feira. Os funcionários que iriam comparecer na festa que a mãe de Christian Romeno daria em sua homenagem por ter retornado para o país e aceitado substituir seu pai na empresa, haviam tirado a tarde de folga – a pedido do próprio Christian – para se aprontarem.Christian achava tudo exagerado e detestava se expor, sobretudo deveria acatar os pedidos de sua mãe para evitar desentendimentos, ainda assim, a feição do homem era motivo o suficiente para fazer todo o drama de mãe vir a tona. Sua irmã mais nova também fazia questão de sua presença, fazendo uma chantagem emocional que sempre cedia. Amélia sempre seria a que conseguia tirar o segredo mais cabeludo do irmão, por ser sua melhor amiga. Sentia falta de passar a noite conversando com sua irmã, passando tardes a aconselhando e sendo confidentes, mas estava ciente da grande mulher que se tornara, sem ter tanto tempo livre, principalmente para visitá-la fora do país. Christian se orgulhou ainda mais da garota quando teve coragem e passou por cima de seus pais, seguindo o que sempre quis, e não os planos que fizeram para ela na empresa. Amélia odiava lidar com papeladas e na primeira oportunidade em fugir de qualquer responsabilidade na Insurence, não desperdiçou. Christian sabia que seu talento artístico a levaria muito além, se tornando uma fotógrafa brilhante, tendo fotografias expostas em grandes ateliês no exterior. Seu irmão foi a primeira pessoa que a presenteou com uma câmera, vendo o potencial da mais nova com um celular ainda pequena. Queria que ela aperfeiçoasse seu talento e explorasse de uma forma diferente e ainda melhor. Naquele instante, Amélia se sentiu completa, com as mãos trêmulas, segurando sua câmera rosa e posicionando de uma maneira que pudesse capturar todo o jardim, tirando foto de qualquer flor, até mesmo de passarinhos que pousavam nas folhas.
Enquanto Christian fugia de sua mãe que estava eufórica dando ordens para a decoração da festa, Cristina andava pelo shopping com Aurora, radiante. Estava adorando as últimas semanas de trabalho. Apesar da quantidade de documentos para ler e encaminhar, seu novo chefe deixava o ar da empresa tão leve, que todos se sentiam menos pressionados e mais relaxados para fazer o que era destinado.
Aurora se encontrava entediada e com os pés cansados. Acompanhar sua mãe conseguia ser pior do que acompanhar Camila nas compras. Ambas conseguiam ser consumistas e indecisas. De um vestido, Cristina havia comprado dois, junto a um par de sapatos para acumular com os que já tinha em seu armário, enquanto a filha comprou o primeiro que experimentou e estava satisfeita. Só não reclamou de gastar dinheiro, pois não sairia de seu bolso.
A garota sentiu seu estômago roncar, retirando seu celular do bolso para poder ver a hora. Se assustou em perceber que estavam a quase duas horas e meia somente entrando e saindo de lojas não contendo a menor necessidade.— Estou com fome, mãe. – resmungou, chamando a atenção de sua mãe que tagarelava em frente a uma loja de relógios, provavelmente para presentear seu marido. — Também queria chegar em casa e tirar um cochilo antes da festa. – comentou, se sentindo cansada.
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Doce Aurora
RomansaAurora não sabia o que era estar aficionada por alguém até encontrar Christian, o homem engravatado de olhos verdes que quase a atropelara. Entretanto, o pequeno contato foi o suficiente para ambos se conectarem, mesmo que talvez nunca se vissem out...