A outra

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ESTE CAPÍTULO POSSUI ALGUNS GATILHOS EMOCIONAIS

Cristina queria fazer uma surpresa para Fernando, seu marido

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Cristina queria fazer uma surpresa para Fernando, seu marido. Sabia que estava sobrecarregada no trabalho, e acabava o dando pouca atenção. Tinha total ciência da dificuldade que era manter um casamento somente com amor. Estavam se estranhando, evitando até mesmo se encontrarem dentro da própria casa. E, quando um chegava, outro se encontrava dormindo. Os cafés da manhã não eram mais o melhor horário de reunir a família. Se tornou um completo silencio ouvindo apenas a passada das folhas de jornal, e o mastigar das frutas antes de cada um se levantar e ir para seus respectivos compromissos.

O que mais preocupava Cristina no meio dessa situação, era a única filha do casal que presenciava as brigas todas as vezes, afetando até no desempenho da jovem na escola.
Apesar de a tratar como uma criança, tentava apenas a proteger do que acontecia dentro de casa, para que não achasse que o casamento de seus pais fosse acabar. Cristina ainda tinha esperanças e esperava conseguir reatar o que fez ambos se apaixonarem.

Para Cristina, todas as brigas que estavam tendo era apenas passageira. Uma crise matrimonial que testava apenas a fé do casal. O acúmulo de trabalho, a rebeldia da única filha que logo se formaria, vindo a tona a preocupação com a faculdade e, por último, mas não menos importante: a vida a dois que estava ficando de lado. Não saiam mais juntos, tampouco faziam sexo como antes.

E, para que não caíssem na rotina, aproveitou que Aurora iria para uma festa com os amiguinhos, para fazer uma surpresa. Disse para ela que seu pai sabia sobre sua saída, omitindo para que tudo saísse de acordo com o plano. Sabia que Aurora não falaria com o pai por motivos óbvios. Montou uma pequena mesa com velas, algumas decorações e pratos enquanto Aurora permanecia inerte em seu quarto. As velas acenderia quando chegasse, e a comida pegaria no restaurante favorito de Fernando, o Sushi Go. Ele amava comida japonesa e eram acostumados a comerem sempre enquanto papeavam sobre tudo, como quando se conheceram ainda jovens.

Cristina se vestiu adequadamente, como sempre se vestia para ajudá-lo no restaurante. Ele sequer havia sido aberto, mas Fernando gostava de ir algumas horas antes para fazer uma preparação, conversar com os garçons e demais funcionários.
Cristina sentia seu coração acelerado, nervosa. Queria que, após aquela noite, tudo voltasse ao normal.

Fez algumas ondas no cabelo com o aparelho de Aurora, um babyliss que sequer usava por adorar o cabelo natural ondulado, enquanto o de sua mãe era liso, totalmente escorrido. Utilizou o mínimo de maquiagem, optando sempre pela aparência natural e jovial. Gostava dos seus olhos grandes, com a sobrancelha tão preta quanto o seu cabelo.
Encontrava-se devidamente pronta, com sua bolsa de lado, ocupando o celular, a carteira e as chaves. A casa arrumada, apenas se retirou após se despedir de Aurora. Sabia que sua filha trancaria toda a casa e a não deixaria no escuro quando voltasse. Trancou a porta por costume, caminhando até o portão para sair e pegar um táxi. Poderia ir dirigindo, mas seu marido também possuía um carro, e voltaria com ele.

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