CAPÍTULO / 03

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Para conseguir um ônibus foi péssimo, principalmente na madrugada, ficar  a esperar do ônibus parecia não ter fim, a sorte que o RJ é  bastante  movimentando e ainda tinha umas três pessoas no ponto

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Para conseguir um ônibus foi péssimo, principalmente na madrugada, ficar a esperar do ônibus parecia não ter fim, a sorte que o RJ é bastante movimentando e ainda tinha umas três pessoas no ponto.

Chego na comunidade perto de uma hora da manhã, e o que Caíque falou sobre a bagunça que ficou aqui não era mentira, Sim,já estou acostumada com invasão da polícia no morro e toda vez algum morador sai ferido ou morto, é tão triste..

— É hora de chegar Malu, porra o Ricardo tá maluco atrás de tu.— T7 fala enquanto passo pela barricada feita por eles.

— Me atrasei no trabalho, como está as coisas por aqui? — pergunto ao menino.

— A polícia veio com gosto de gás pra cima de nós, matou uns carinhas aí, e o teu homem levou um tiro de raspão no ombro.— Emgulo seco.

— Ele não é mas meu marido, Vocês já deveriam saber. — falo andando.

Eu e Ricardo tivemos um relacionamento de cinco anos, não posso nem dizer que no começo foi bom, porque não foi, nosso relacionamento foi construído em mentiras, agressões e manipulação da parte dele.

Foram várias tentativas de colocar ponto final nesse relacionamento, mas pelo seu poder aqui dentro da comunidade ele sempre ameaçando me manipulando e até me agredindo para me fazer permanecer no relacionamento.

Até que final do ano passado ele conheceu outra pessoa e resolveu me largar, pensei que ele me deixaria de vez e eu iria seguir minha vida, arrumar um emprego e voltar a estudar.

Mas ele ainda continua no meu pé.

Chego na mimha casa que é simples apenas de dois cômodos, assim coloco a mão na porta vejo que está aberta, meu coração gela e abro bem devagar e vejo o Ricardo deitado no meu sofá, com o braço sangrando.

— O que você está fazendo aqui, Ricardo.— coloco minha bolsa no chão.

Ele me encara e meu corpo treme de medo, seu rosto todo machucado ele está horrível.

— Senta aqui.— fala e eu nego.— SENTA NESSA PORRA AGORA! — limpo uma lágrima do rosto.

Sento no pequeno espaço que sobrou do sofá, ele segura meu braço com força e me puxa pra perto.

— Isso é hora de chegar em casa caralho? Tá esperando o quê pra vim cuidar dessa porra aqui.— fala colocando minha mão em cima dos seus ferimentos.

Minha trêmula e ele usa minha fraqueza para me manipular, pego a caixa dos remédios e limpo toda aquela bagunça, termino e quando iria me levantar ele me puxa e aperta meu pescoço com força quase me fazendo perder o ar.

— Da próxima vez que chegar em casa essa hora vou te levar na disciplina, entedeu Malu? — eu concordo para ele me soltar.

[...]

Não dormi a madrugada inteira com medo do homem aparecer na minha casa, me levanto cedo para não atrasar no trabalho nem dar tempo de tomar café.

As vielas da comunidade só fala sobre um " Capítulo Pedrosa" o tanto que Ricardo apanhou  nas mão desse cara.

Não consigo sentir pena alguma, talvez seja só o universo  retribuindo o tanto que ele bateu em mim e em outras mulheres.

Chego mas cedo que meu horário ele me deu uma chave extra, entro na casa e vejo ele dormindo no sofá com a Duda em cima do seu peito.

Ando devagar pela casa para não acordar eles, vou passando o café e preparando fazendo ovos mechidos.

— Oi princesa, o que aconteceu essa madrugada? — falo com bebé que começa a rir.

Tiro com cuidado a mão do caíque de cima da garota e pego ela nos meus braços, o homem abre os olhos ainda sonolento.

— Vou dormir mas só vinte minutos, Blz? — ele fala olhando diretamente  para minha blusa branca.

Caralho, estou de blusa branca e esqueci  de colocar o sutiã.

— Tranquilo, sr caíque.— falo

— Sr? Coé, nem sou mas velho assim, me chama apenas de caíque. — fala se virando e fechando o olho.

Vou fazendo minhas coisas a Duda não quer sair do braço, já tentei deixar ela na cadeirinha  assistindo mas ela chora me pedindo braço e eu não consigo negar,  então resolvo fazer tudo com ela no meu braço.

Ela é  tão lindo e parece muito com o pai, já está quase hora do almoço e o caíque está morto no sofá eu descido não acorda ele, parece que está cansado.

Depois do almoço da Duda dou um banho e estou trocando ela no seu quarto, sinto alguém de quase um metro e oitenta atrás de mim.

Não consigo descrever a sensação, ele brinca com o filha e dar várias gargalhadas, dou espaço para ele que fica do meu lado brincando com a Duda.

— Te pedir para me acordar com uma hora.— ele fala sem tirar a atenção da filha.

— Desculpa, achei que estava cansado..— falo.

— A função de arrumar a casa e de cozinhar não é sua..— ele agora fala olhando pra mim

Seu corpo é  repleto de tatuagem ele nem parece ser policial.

— Não me atrapalha em nada, tranquilo pra mim.— ele nega.

— Já que tu gosta irei aumentar  teu salário, três mil!— ele fala e eu agradeço.

Ele pega a filha e vai até o guarda roupa, fico admirada como ele é  um paizão, pega uma fantasia e vem em minha direção.

— Coloca essa, vamos levar essa moça pra um baile de Carnaval lá do meu Trabalho.— fala  e eu concordo.

Término de arruma a Duda, ele está almoçando na sala enquanto assistir um telejornal  da invasão que aconteceu lá no alemão.

— Foi tranquilo tua chegada lá na comunidade? — fala irônico.

Debochado ele.. 😂

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