CAPÍTULO / 04

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Caíque Pedrosa

Estou cansado, Maria Eduarda resolveu  que daria plantão assim que a Malu resolveu ir embora, veio pegar no sono quase quatro da manhã.

Quando ela se apega a alguém  ela fica assim, não é dengo como muitos falam, simplesmente a menina perdeu a mãe no parto e só tem a mim, a porra da vó por parte martena não vale nada.

— Não posso sair tão tarde assim, fica ruim para pegar o ônibus. — ela fala arrumando a mochila da menina.

—Trabalho com plantão, no dia que eu chegar tarde você vai precisar dormir aqui.— ela me olha e acaba concordando.

Pego a mochila da Duda e vou buscar sua caderinha para colocar no carro, as duas ficam me esperando na sala enquanto vou buscar o objeto.

Duda está me pedindo braço, paro de frente a Malu e começo a brincar com minha filha que está em seus braços, Meu olhar acaba focando em um lugar proibido, mas é  impossível não admirar a morena.

— Vamos? — ela pergunta  e  eu volto a atenção para ela.

— Branco é  uma parada complicado... — falo baixo e ela  não entede o recado.

Assim que abro a porta de casa me deparo com a vó da Duda igual uma estátua  nos olhando, passo por ela destracando a porta do meu carro,  Malu fica parada em um canto olhando a situação.

— Essa é  babá, responsável pela mimha neta? — olha a Malu de cima abaixo

Sei o tanto que essa velha é  preconceituosa, e sei que ela está se referindo a cor da Malu.

— A sra tá testando minha paciência, né normal não essa porra. — falo colocando a cadeirinha no carro.

— Onde ela mora? Eu tenho pessoa  de confiança  para cuidar da Eduarda.. — Aí o bagulho pesou.

Bato a porta do carro com força, e na hora penso em várias formas de matar essa velha, me aproximo cheio de ódio.

— Dar próxima vez  que a sra vim de graça eu vou colocar pra foder, sem mas! — falo e ela recua.

— Malu entra no carro com a Duda.— a morena concorda e entra.

Entro no carro e acelero, ela sentou no banco de trás para cuidar da minha filha, ela foi o caminho  em silêncio  e só falava quando  a Duda tentava falar algumas palavras, tô ligado que ela escutou e entedeu com a velha foi cheia de preconceito para o lado dela.

Chegamos no batalhão onde está acontecendo a comemoração e vejo que ela fica toda  no seu canto, tô ligado que ela mora em comunidade e imagino que ela deve odiar polícia.

— Fica a vontade,  já já vamos embora. — falo e ela fica em silêncio.

Pego comida e bebida e levo até a morena, os cara estão bebendo na maior folia mas quando estou com a minha filha sou o cara mas careta do universo.

A Duda ama a folia enquanto a morena está comendo aproveito para pular com a ela.

— A morena ali é  solteira? — Martins fala.

— Sei não pô! Se orienta Martins a mina é  babá da minha filha. — Falo cortando logo o assunto.

Estou empolgado no frevo com a Duda quando a Malu chega do meu lado pedindo a minha filha.

— Caíque, ela precisa comer.— A menina já dar os braços para a Malu.

— Vai lá com a tia.. — Falo e  a morena me olha.

— Você também não vai comer? — pergunta

Acabo indo almoçar também,  não demora muito e a Duda dorme com a cabeça apoiada em seus seios, percebo que a morena já estava cansada também..

Vamos embora e ao chegar em casa recebo uma ligação do batalhão fui chamado pra cubri um irmão que sofreu um acidente.

— Vou precisar trabalhar agora.  — Falo vendo a mulher de pijama  já arrumando o colchão para dormir.

— Já iria dormir aqui mesmo, por conta do horário.— fala colocando a mão na cintura.

— Teu namorado não acha ruim você dormir fora, na casa de um pai solteiro.— falo calçando meu cortumo.

— Não tenho namorado, e outra aqui é  meu trabalho ,apenas isso! .— fala dobrando uns lençóis e eu dou de ombros.

— Calma aí, foi só uma pergunta! Relaxa, bandeira branca pra nós.— saio do quarto.

Estou pegando minha carteira e chave do carro  vejo uma a mina de um metro e sessenta parada atrás de mim, acho que o jogo virou.

— Quando você chegar tem comida pronta na geladeira, coloca so no micro-ondas.— fala virando as costas e saindo.

ALÉM DO MORRO Onde histórias criam vida. Descubra agora