Caíque Pedrosa
Estou cansado, Maria Eduarda resolveu que daria plantão assim que a Malu resolveu ir embora, veio pegar no sono quase quatro da manhã.
Quando ela se apega a alguém ela fica assim, não é dengo como muitos falam, simplesmente a menina perdeu a mãe no parto e só tem a mim, a porra da vó por parte martena não vale nada.
— Não posso sair tão tarde assim, fica ruim para pegar o ônibus. — ela fala arrumando a mochila da menina.
—Trabalho com plantão, no dia que eu chegar tarde você vai precisar dormir aqui.— ela me olha e acaba concordando.
Pego a mochila da Duda e vou buscar sua caderinha para colocar no carro, as duas ficam me esperando na sala enquanto vou buscar o objeto.
Duda está me pedindo braço, paro de frente a Malu e começo a brincar com minha filha que está em seus braços, Meu olhar acaba focando em um lugar proibido, mas é impossível não admirar a morena.
— Vamos? — ela pergunta e eu volto a atenção para ela.
— Branco é uma parada complicado... — falo baixo e ela não entede o recado.
Assim que abro a porta de casa me deparo com a vó da Duda igual uma estátua nos olhando, passo por ela destracando a porta do meu carro, Malu fica parada em um canto olhando a situação.
— Essa é babá, responsável pela mimha neta? — olha a Malu de cima abaixo
Sei o tanto que essa velha é preconceituosa, e sei que ela está se referindo a cor da Malu.
— A sra tá testando minha paciência, né normal não essa porra. — falo colocando a cadeirinha no carro.
— Onde ela mora? Eu tenho pessoa de confiança para cuidar da Eduarda.. — Aí o bagulho pesou.
Bato a porta do carro com força, e na hora penso em várias formas de matar essa velha, me aproximo cheio de ódio.
— Dar próxima vez que a sra vim de graça eu vou colocar pra foder, sem mas! — falo e ela recua.
— Malu entra no carro com a Duda.— a morena concorda e entra.
Entro no carro e acelero, ela sentou no banco de trás para cuidar da minha filha, ela foi o caminho em silêncio e só falava quando a Duda tentava falar algumas palavras, tô ligado que ela escutou e entedeu com a velha foi cheia de preconceito para o lado dela.
Chegamos no batalhão onde está acontecendo a comemoração e vejo que ela fica toda no seu canto, tô ligado que ela mora em comunidade e imagino que ela deve odiar polícia.
— Fica a vontade, já já vamos embora. — falo e ela fica em silêncio.
Pego comida e bebida e levo até a morena, os cara estão bebendo na maior folia mas quando estou com a minha filha sou o cara mas careta do universo.
A Duda ama a folia enquanto a morena está comendo aproveito para pular com a ela.
— A morena ali é solteira? — Martins fala.
— Sei não pô! Se orienta Martins a mina é babá da minha filha. — Falo cortando logo o assunto.
Estou empolgado no frevo com a Duda quando a Malu chega do meu lado pedindo a minha filha.
— Caíque, ela precisa comer.— A menina já dar os braços para a Malu.
— Vai lá com a tia.. — Falo e a morena me olha.
— Você também não vai comer? — pergunta
Acabo indo almoçar também, não demora muito e a Duda dorme com a cabeça apoiada em seus seios, percebo que a morena já estava cansada também..Vamos embora e ao chegar em casa recebo uma ligação do batalhão fui chamado pra cubri um irmão que sofreu um acidente.
— Vou precisar trabalhar agora. — Falo vendo a mulher de pijama já arrumando o colchão para dormir.
— Já iria dormir aqui mesmo, por conta do horário.— fala colocando a mão na cintura.
— Teu namorado não acha ruim você dormir fora, na casa de um pai solteiro.— falo calçando meu cortumo.
— Não tenho namorado, e outra aqui é meu trabalho ,apenas isso! .— fala dobrando uns lençóis e eu dou de ombros.
— Calma aí, foi só uma pergunta! Relaxa, bandeira branca pra nós.— saio do quarto.
Estou pegando minha carteira e chave do carro vejo uma a mina de um metro e sessenta parada atrás de mim, acho que o jogo virou.
— Quando você chegar tem comida pronta na geladeira, coloca so no micro-ondas.— fala virando as costas e saindo.