Freen
Becky é fofa.
Nunca me senti tão feliz fazendo trabalhos de Matemática, pois, apesar de adorar a matéria, fazê-los com ela tornou-se divertido. Eu gostaria que isso se repetisse novamente.
Lembro-me novamente do sorriso dela quando ouviu o que sussurrei em seu ouvido e sinto meu coração disparar. Eu gosto de Rebecca. Eu sei disso porque ela tem estado muito na minha cabeça ultimamente, e porque quando olho para ela tenho vontade de fazer algum movimento, tenho vontade de… beijá-la.
Ainda dirijo com um sorriso no rosto, fico feliz por poder fazê-la sorrir. Quando cheguei no apartamento dela, Rebecca estava triste, deprimida, mas quando saí ela estava sorrindo, por minha causa.
Meu telefone vibra, mas não o vejo enquanto dirijo. Eu não quero sofrer um acidente. Ao chegar em casa, Billy está sentado no sofá assistindo televisão enquanto come pipoca, como se fosse uma sala de cinema.
- O filme é bom. – Ele admite sorrindo, eu aceno.
- Embora seja triste - eu disse, ele não disse mais nada.
Deixo Billy, que por sinal estava assistindo “A Culpa é das Estrelas”, e vou até meu quarto, entro, e então olho meu celular. O nome de Heidi aparece, junto com a mensagem que diz:
- Como foi hoje, querida?
Durante toda a tarde, esqueci completamente dela. Era como se ela não existisse e isso me faz sentir mal. Heidi estava sempre comigo quando eu pensava em Sam; bom, ela me ajudou a sair da depressão e me fez feliz…
Embora a questão seja: estou realmente feliz? Eu sou feliz sabendo que minha prima está morta e eles não encontraram o culpado? Não, obviamente não.
Decido responder com um simples “Estou bem, e você, Heidi?” e deixo o telefone na mesa de cabeceira ao lado da cama. Deito-me e fico de costas, olhando para o teto.
Eu realmente gosto da Heidi? Não entendo, porque se eu gostasse mesmo dela não sentiria meu coração disparar por outra pessoa, por outra garota.
As perguntas me oprimem e fecho os olhos em busca da paz.
Ouço meu telefone vibrar novamente, mas desta vez é constante, então sei que estão me ligando. Pego meu telefone e não consigo reconhecer quem é, pois não tenho esse número salvo. Atendo e assim que coloco o telefone no ouvido, reconheço a voz.
- Olá, Sarocha - Ouço a voz dela. Um sorriso aparece em meu rosto sem meu consentimento.
- Olá, Rebecca, o que você precisa? – Pergunto, ainda mantendo o sorriso. Posso ouvir que a voz dela está nervosa.
- Nada, quero dizer… Você estava dormindo? Esta é uma má hora para ligar para você? Me desculpe - não pude deixar ela terminar porque já estava respondendo.
- Não, Becky, não. Nunca é uma hora ruim para ouvir sua voz - sai da minha boca sem meu consentimento, e rapidamente sinto meu coração disparar e minhas bochechas ficarem quentes.
- Ah… O-obrigado - ela diz gaguejando. Posso imaginar um sorriso em seu rosto, e isso só me faz sentir mais feliz.
- De nada - tento parecer calma, embora na verdade não esteja.
- Bem… eu te liguei para você salvar meu número. - ela diz, embora depois acrescente. - Não pense que eu quero conversar com você. É que com certeza o professor de Matemática vai nos mandar trabalhar juntas mais vezes
- Claro que sim, além disso, não seria ruim ficar conversando com você. - Eu sorrio. - Porque sua companhia é agradável.
- Sua companhia também é agradável, Sar - eu ouço Becky do outro lado da linha, e rapidamente sinto meu coração acelerar.
- Sar? - pergunto. Becky demora um pouco para responder.
- Me desculpe, acabou de me ocorrer… e não sei, achei fofo. - Admite. Eu queria ter ela perto para ver o rosto dela.
- Sim, é sim, BecBec - ouve-se uma risadinha nervosa do outro lado da linha, e eu sorrio mais um pouco.
Becky sempre me fará sorrir.
- Sar…
- Sim?
- Obrigada por passar o dia comigo, você foi uma companhia muito agradável para mim - ela diz suspirando. Tenho certeza de que deve ter sido difícil para ela admitir isso.
- Não é nada, BecBec. Gosto muito de estar com você - é a minha resposta.
Aí começamos a conversar sobre o que faríamos amanhã, já que não teríamos aula por dois dias, lindo final de semana.
Bec planejou não fazer absolutamente nada e ficar em casa.
Não posso deixar ela fazer isso, tenho medo de deixá-la em casa e deixá-la triste de novo.
Becky é como vidro e tenho medo que ela se quebre.
- BecBec, eu queria te propor uma coisa - eu disse. O outro lado da linha não demora muito para responder.
- O que? – pergunta. Suspiro, sentindo meu coração bater acelerado.
- Você gostaria de sair comigo amanhã? – pergunto. Do outro lado da linha há um silêncio total, e sinto meu coração disparar.
- Freen… você-você tem namorada - a voz dela está nervosa.
- Não… quero dizer, sairíamos como amigas… - sussurro. Bec demora um pouco para responder.
- Ok, eu ficaria feliz em sair com você, Sar - eu sorrio. É algo simples, mas nunca vou me cansar de ouvi-la me chamar assim.
- Então nos veremos amanhã, Bec - eu digo. Becky não demora muito para responder com um “Sim”.
Conversamos um pouco mais até decidirmos que era a hora de dormir. Digo boa noite para ela e ela para mim.
É Bom conversar com ela.
Eu ia fechar os olhos, mas meu celular vibra novamente. Rapidamente o pego, pensando que é Rebecca, embora o nome de Heidi apareça na tela.
- Querida, posso encontrar-te amanhã?
Esqueci-me dela de novo, porque estava conversando com Becky.
Porque quando estou com ela, o mundo parece desaparecer, e só ela e eu importamos.
- Desculpe, não posso, Heidi. Amanhã estarei muito ocupada. - é a minha resposta.
Eu sei que o que estou fazendo é errado… bem, eu acho, porque no final das contas, Rebecca e eu não somos nada, somos apenas amigas.
Embora eu não a queira como amiga.
Eu bufo, fechando os olhos e escondendo o rosto no travesseiro.
Armstrong não sairá tão facilmente da minha mente, muito menos do meu coração.
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𝘈𝘪𝘯𝘥𝘢 𝘭𝘦𝘮𝘣𝘳𝘰 𝘥𝘦 𝘷𝘰𝘤ê
FanfictionO que aconteceria se você testemunhasse a morte da sua melhor amiga? E se a lembrança disso te atormentasse em cada ação que você realizasse? Rebecca convive com a culpa de não ter ajudado sua amiga naquele momento e sente-se vazia, descartada. Com...