𝘈𝘪𝘯𝘥𝘢 𝘭𝘦𝘮𝘣𝘳𝘰 𝘥𝘦 𝘷𝘰𝘤ê

capítulo 49

Freen

Minha missão é fazer Becky feliz, mantê-la longe de todos aqueles pensamentos negativos que a assombraram por mais de dois anos. E eu sinceramente não me importo onde estou, ou o que tenho que fazer, desde que consiga fazer Rebecca sorrir.

Eu me sinto loucamente apaixonada.

A inglesa me olha atentamente com um sorriso; vejo a covinha que se forma em sua bochecha e, sem dúvida, isso me deixa feliz.

Normalmente, presto muita atenção na minha Nong durante a maior parte do dia. Todas as manhãs, ela acorda direto para tomar banho, e por mais que discuta comigo sobre quem faz o café da manhã, sei que a forma como a trato a deixa feliz. Também percebi que as brigas costumam afetá-la, especialmente quando se trata de pessoas que ela ama, como Irin e eu.

Eu poderia definir a Rebeca como uma pessoa leve e forte, que, por mais que pense que não consegue, nunca desiste. Essa luz que ela tem é única e muito especial; ela vai brigar com algumas pessoas sim, mas quando precisam de ajuda, ela é a primeira a dar.

Sem dúvida, o mundo não merece pessoas como a Becky, mas fico feliz que existam, porque iluminam a todos nós.

Eu a abraço por trás e ouço sua risada, que vem como uma linda melodia. Nunca me canso de dizer isso, mas é ela quem me faz feliz de verdade.

- Para onde vamos, Freenky? – Ela pergunta ainda sorrindo, e deixo um beijo carinhoso em sua bochecha.

- Você vai descobrir já, querida - respondo, ao que ela acena com a cabeça.

- Você sempre diz a mesma coisa.

- Porque você sempre pergunta a mesma coisa - ela ri.

- Tem razão.

Nós duas chegamos ao estacionamento rindo. Como é de costume, abro a porta do passageiro para Becky, fazendo-a simplesmente sorrir.

A rotina na viagem é sempre a mesma: ligamos o rádio e começamos a cantar as músicas que tocam. Vê-la cantar é a coisa mais linda que já aconteceu comigo, e quero que isso nunca acabe.

Parando em frente ao museu, Irin me disse que minha namorada gosta estranhamente daquele lugar, então não hesitei em trazê-la aqui.

Saímos do carro e vejo o quanto ela está animada. Só há felicidade em seu rosto, mas em seus olhos vejo outra coisa… saudade.

- Algo me diz que foi Irin quem te contou sobre esse lugar – Bec diz. Eu aceno enquanto rio. - Ela te contou o motivo?

- Não - eu respondo. Ela balança a cabeça.

- Sam me trouxe aqui algumas vezes, e toda vez que fiquei triste com a partida dela, eu vim para esse lugar. Isso me faz sentir mais próxima dela - Minha Nong explica. Então, eu aperto nossas mãos com um sorriso.

Acontece exatamente a mesma coisa comigo, mas com um lugar diferente. Sinto que o aquário me une a Samanun, já que ali vivi muitos momentos lindos.

Eu não conhecia essa versão da Sam, não sabia que ela gostava desse museu. Sinto que minha namorada e eu conhecemos pessoas diferentes, mesmo que não seja o caso.

Entramos no museu com um sorriso, e quase instantaneamente um guia nos cumprimentou. Já havia outras pessoas esperando, e para nossa sorte, assim que chegamos, começou o passeio por todo o museu.

Becky olha tudo com emoção, com certeza lembrando de momentos lindos de sua vida, de seu passado, em que Sam esteve.

Isso me faz sentir bem, porque talvez tenha doído para a morena lembrar dela, como fez comigo. E essas lembranças lindas me dizem que tive o prazer de conhecer Sam e que nunca poderei esquecê-la.

Rebecca guia por todo o museu é realmente impressionante. Ela começa a me contar sobre seus momentos com Samanun naquele lugar, e eu apenas sorrio, fico feliz em saber mais sobre minha prima, mesmo ela não estando mais aqui.

Chegamos na parte onde há muitos quadros na parede e noto que ela para em um, olhando sem nenhum sorriso, apenas admirando.

- O que está acontecendo? – Pergunto, ficando ao lado dela, admirando a pintura que mostra muitas estrelas.

- Uma vez, quando viemos para cá, ela me disse que quando morrêssemos seríamos parte daquelas estrelas, seríamos um - Ela admite, e percebo como uma lágrima cai por seu rosto, mas ela rapidamente a remove. - Acredito que Samanun está entre as estrelas, brilhando como sempre.

- Eu também acho isso, BecBec - admito antes de abraçá-la.
Ficamos assim por um momento, até sentirmos que podemos continuar com a guia. Becky sorri novamente, embora seus olhos estejam um pouco vidrados.

Seja isso verdade ou não, Sam sempre brilhará, porque ela era um anjo, uma luz.

Sinto falta dela, e não há problema em fazê-lo, porque embora ela não esteja aqui e isso doa, também me faz lembrar que em determinado momento ela sentiu, e pude desfrutar de sua companhia.

Termina o passeio pelo museu e com a castanha começamos a falar dos nossos locais preferidos. Entramos no veículo e iniciamos a viagem para casa.

- Ah, espera! Vamos comprar comida, já estamos ficando sem em casa. - Eu digo. Becky balança a cabeça, sorrindo.

Paramos no estacionamento, ao lado de um supermercado. Ao entrar, caminhamos juntas em direção ao balcão que tem arroz, macarrão e assim por diante. A inglesa começa a escolher enquanto eu simplesmente sorrio.

- Você sabe que vou cozinhar, certo? – pergunto. Ela me olha com uma sobrancelha levantada.

- Desculpe? Não, eu praticamente moro na sua casa, também tenho que ajudar. - Um sorriso aparece em meu rosto.

- Então você mora na minha casa, quando vai se mudar completamente? - pergunto ainda sorrindo. Noto que as bochechas de Becky ficam vermelhas ao perceber o que disse.

- Hum… eu… - Ela diz enquanto coloca tudo no carrinho. Vou com ela até o caixa para pagar as coisas.

A primeira coisa que ouço é Bec sussurrar “Algo está errado” enquanto olha em volta e percebe algumas pessoas deitadas no chão.

A segunda coisa é o grito de uma mulher enquanto ela chora. Minha sobrancelha se ergue e olho para o lado dela.

E a terceira coisa é sentir como algo toca minha cabeça e como Becky fica pálida.

- No chão - ouço eles dizerem atrás de mim. Rebecca faz isso chorando, enquanto eu simplesmente obedeço, sentindo meus nervos crescerem.

O homem tira a arma da minha cabeça e percebo que há mais quatro naquele lugar.

Estamos presas em um assalto.