capítulo 48

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Becky

Flashback

- Sorria, - digo antes de capturar aquele momento com uma foto.

Eu olho a foto enquanto rio. Samanun ficou muito bonita. A garota de cabelo preto me olha ainda sorrindo.

- Senti sua falta - ela admite. Eu sorrio para ela.

- Eu também senti sua falta - é a minha resposta.

Gosto muito da Sam, para falar a verdade. Ela está sempre presente quando preciso dela, mas sei que ela me ama apenas como melhor amiga.

- Vou postar no Facebook - ela diz, sorrindo. Ela acena com a cabeça.

Depois de enviar a imagem, caminho com a garota até o quarto dela. Quando ela chega, liga o console de videogame, e nos sentamos em sua cama para começar a jogar.

Ficamos assim por cerca de trinta minutos, até que Sam faz uma pausa.

- Vou procurar algo para beber - ela diz. Eu aceno e a observo sair do quarto.

Alguns minutos se passam, e Sam não aparece. Decido sair do quarto e descer as escadas para ir até a cozinha.

Antes de estar completamente lá, ouço algo cair e quebrar. Meu coração dispara enquanto entro para ver o que está acontecendo.

A primeira coisa que vejo é uma jarra de vidro quebrada no chão. Muitos cacos de vidro estão espalhados, e agradeço por trazer sapatos.

Olho para Sam e percebo que ela está chorando no chão.

- O que aconteceu? – pergunto, me aproximando dela com cuidado. - Sam, levante-se. Se ficar aqui, você vai se cortar.

- Não posso, estou tonta - ela diz. Eu aceno, confusa, enquanto pego a pá e a vassoura para limpar a bagunça.

Depois de ver que não tem mais vidro, toda minha atenção se volta para minha melhor amiga. Levanto as sobrancelhas, percebendo que ela continua chorando.

- O que aconteceu? - pergunto novamente. Ela está como se estivesse presa em pensamentos, e é por isso que ela não presta atenção em mim. - Sam, fale comigo.

- E-eu acidentalmente derrubei a jarra, - ela admite um pouco insegura. - Foi por causa da tontura, só isso.

- Sam, mas você… – digo, olhando diretamente nos olhos dela, que estão cristalizados.

- Estou quebrada, Rebecca, - ela admite com a voz quebrada.

- Samanun, o que você quer dizer? – pergunto, tentando manter a calma.

- Não posso te contar, sinto muito. Eu só… eu me sinto assim, estou assim, - ela diz entre lágrimas.

Eu fico olhando para ela, sem palavras, sem saber exatamente o que dizer. Estou quebrada, por algum motivo estranho, sei que essas palavras me marcaram.

Preciso descobrir o que está acontecendo com Samanun, por que ela se sente assim.

- Você pode me ajudar a ir para o meu quarto? Por favor.

Chegamos ao quarto dela, e eu suspiro de cansaço. Embora Sam conseguisse andar, devo admitir que o fato dela colocar peso em meu ombro me deixou cansada, já que ela é muito mais forte e pesada que eu.

- Becca, te incomoda se… - Levanto as sobrancelhas quando percebo que ela não termina a frase. - Quero ficar sozinha.

Concordo com a cabeça e deixo-a ficar parada por alguns segundos, até vê-la cambalear e cair no chão.

Meu coração dispara enquanto a ajudo a se levantar e deitar na cama.

- Sam, o que há de errado com você? – pergunto com a voz quebrada, estou com medo.

- Vá embora, Armstrong. Quero ficar sozinha – ela pergunta, mas não posso deixá-la.

- Não, Sam, você… - tento dizer, mas ela não me deixa continuar.

- Vá embora! – ela pergunta entre gritos, ainda com lágrimas nos olhos. - Fora daqui!

Sinto uma pontada no coração, e meus olhos se enchem de lágrimas.

- Mas você pode desmaiar? - eu digo, e ela nega.

- Por favor, Rebecca, saia daqui - ela pede. Sinto um nó se formando na garganta.

Saio do quarto balançando a cabeça e quase instantaneamente ouço a porta se fechar. Lágrimas caem dos meus olhos enquanto desço as escadas em alta velocidade.

Uma vez lá fora, não presto atenção se fechei bem ou não a porta da frente. Não quero mais olhar aquela casa.

O que acontece com Samanun? É isso que me pergunto. Sem dúvida, deve ser algo sério.

Caminho até o ponto de ônibus, e quase instantaneamente ele chega. Chegando ao topo, pago a passagem e sento-me nos últimos assentos.

Pela janela, posso notar que um carro para em frente à casa de Sam. Levanto as sobrancelhas, esperando ver quem é, mas o ônibus já partiu, e estamos nos afastando daquele local.

Fim do flashback

Suspiro e olho para a tailandesa. Ela sorri para mim, e retribuo esse gesto com um pequeno sorriso.

- Me deprime seriamente ver você triste - ela admite, e eu suspiro novamente.

- Sinto muito - respondo em um sussurro.

- Não se desculpe por isso, Bec. Eu vou fazer você feliz, eu garanto - ela diz, e eu sorrio um pouco novamente.

Presto atenção na aula de Música. A professora olha para todos nós com atenção enquanto toca piano.

Quando ela termina, toda a turma aplaude. Vejo como Freen se levanta da cadeira e caminha em direção à professora, para perguntar algo que não consigo entender. A professora acena com um sorriso, pegando um USB para conectá-lo a um dos alto-falantes da sala. Vejo minha tailandesa se aproximar de mim com um olhar travesso e um microfone.

Percebo como nos tornamos o centro das atenções em questão de segundos, e minhas bochechas ficam vermelhas.

Freen canta, e ouço como as meninas da turma começam a sussurrar entre si com sorrisos no rosto.

A turma inteira assiste maravilhada à atuação da minha garota de cabelos pretos. Um grande sorriso aparece em meu rosto, e toda a minha atenção está voltada para a minha Freen.

Quando a música termina, tudo que faço é me levantar da cadeira e deixar um beijo em seus lábios, fazendo muitas pessoas dizerem "Aww".

- Eu te amo, Freenky. Obrigada - sussurro só para nós. Ela sorri para mim.

- Você não tem nada a agradecer, amor. Eu também te amo e escrevi essa música para você. É o que você me fez sentir e o que quero expressar para você. E mesmo que você já seja minha namorada, eu perguntaria a você mil vezes mais para que você esteja sempre comigo.

𝘈𝘪𝘯𝘥𝘢 𝘭𝘦𝘮𝘣𝘳𝘰 𝘥𝘦 𝘷𝘰𝘤êOnde histórias criam vida. Descubra agora