capítulo 53

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Freen

Vejo Becky voltar para a aula e sorrio para ela, mas ela não sorri de volta. Levanto as sobrancelhas sem entender e quando vejo que o professor está ocupado respondendo a pergunta de um colega decido falar com ela.

- Algo aconteceu? – Pergunto, Bec me olha e balança a cabeça um pouco nervosa.

- Não... nada importante - Ela responde, eu aceno confusa e continuo prestando atenção na aula.

Passamos o resto da hora de Geografia respondendo perguntas, minha namorada fica quieta, e isso é bem estranho.

Ela não sorri mais.

Tento incentivá-la e às vezes consigo, a menina sorri um pouco, mas não é o suficiente para me deixar feliz.

Rebecca está escondendo algo de mim e quero descobrir para saber como ajudá-la.

Saímos da Geografia e vamos às 4 para o refeitório, já que Irin vive dizendo que está com fome, o que é normal. Ao chegar, encontramos Heidi, a menina está sentada, longe de todos, em uma das mesas.

Olho para a morena, esperando que ela diga alguma coisa, mas não, ela apenas fica sentada olhando para ela, sem nenhuma palavra sair de sua boca.

- Querida, você tem certeza que está bem? – Pergunto, e aparentemente a tiro de seus pensamentos, pois ela rapidamente se vira para mim, com os olhos bem abertos.

- Sim, é que... estou cansada - Ela diz, e eu aceno um pouco em dúvida.

Meu olhar vai para onde Heidi estava, mas a garota não está mais lá. Suspiro e sorrio para Becky, na tentativa de animá-la novamente.

- Posso perguntar uma coisa? – Eu digo, a morena assente. - Você sabe que pode confiar em mim para qualquer coisa... Não é?

- Sério, Sar, não está acontecendo nada - Ela diz um pouco desanimada, e depois sorri, embora não seja sincero, é para me acalmar.

Conheço Rebecca muito bem para saber que algo está errado.

Sinto que às vezes estamos indo bem em nosso relacionamento e, de repente, damos dez passos para trás, perdendo a confiança por um momento.

Entramos na aula novamente quando o sinal nos alerta, e Irin termina de comer. A última aula que teríamos seria História, e para falar a verdade é uma das que fica mais longa.

Sentamo-nos nos nossos lugares habituais e imediatamente percebemos que o professor começa a nos dar uma folha de informações para cada duas pessoas.

- Trabalho em equipe - Ele diz, acenamos com a cabeça e eu me junto à minha mesa com a de Bec.

Começamos a fazer o trabalho em silêncio, até que me aproximo de Rebecca para deixar um beijo em sua bochecha, como já fiz muitas vezes antes. A garota de olhos âmbar cora e por um momento sorri sinceramente de novo, mas depois o sorriso desaparece e eu a ouço suspirar.

Ela está com raiva de mim? Fiz algo errado?

A última hora passa bem devagar, com a inglesa lemos todas as informações e depois respondemos às perguntas, mas não conversamos sobre o assunto que está me deixando louca.

Preciso saber o que há de errado com minha namorada.

Saímos da aula e nós quatro caminhamos normalmente em direção ao estacionamento, levanto as sobrancelhas quando ela para de me seguir em direção ao carro.

- O que há de errado bebê? - Eu pergunto, ela suspira.

- Eu quero... ir para casa, irei com Irin - diz, e vejo a garota balançar a cabeça do carro.

- Está bem... – Respondo embora ainda confusa.

Noey entra no veículo de Irin com Bec, e eu as vejo ir embora instantaneamente. Fico confusa e algo dentro de mim me diz que não posso deixar isso assim.

Não sei se isso está acontecendo comigo e brincando com a confiança de Becky em mim, ou se não estou confiando nela o suficiente, mas tenho que segui-la e descobrir o que está acontecendo.

Entro no carro, coloco o cinto de segurança e começo a dirigir. Não demoro muito para avistar o veículo de Irin à distância e fico assim para que não suspeitem de mim.

A viagem me parece muito familiar e isso faz com que aos poucos tudo comece a fazer sentido. Levanto as sobrancelhas ao notar onde o carro de Irin para e vejo Rebecca saindo dele à distância para entrar no hotel.

Irin e Noey vão embora, enquanto isso, assim que desaparecem da minha vista, entro no estacionamento e deixo meu carro lá.

Meu coração bate estranhamente rápido e por algum motivo sinto que não vou gostar nada do que vou encontrar ali, naquele hotel.

Entro e vou direto para as escadas, já que o elevador está ocupado, provavelmente por Rebecca. Começo a subir andar por andar, até chegar na casa de Heidi.

Suspiro, abrindo a porta lentamente, e quase instantaneamente Bec passa por mim, mas não me nota. Rebecca bate na porta do apartamento e ela se abre quase instantaneamente, revelando Heidi.

Rebecca entra sem olhar mais uma vez para o corredor, onde estou. Aproximo-me da porta e antes que ela feche faço força com a mão, parando-a.

Heidi me olha confusa e posso dizer que seus olhos estão completamente vidrados.

- Eu disse para você vir sozinha! - Ela grita com Rebecca, a inglesa, que estava de costas para mim e se virou com uma sobrancelha levantada.

- Sarocha? O que você está fazendo aqui? - Pergunta confusa.

- Quero saber o que está acontecendo aqui - pergunto, entrando sem a permissão de Heidi. A garota simplesmente suspira e fecha a porta.

E lentamente, o estopim da bomba se acende e sem dúvida explodiria de verdade, afetando a todas nós.

𝘈𝘪𝘯𝘥𝘢 𝘭𝘦𝘮𝘣𝘳𝘰 𝘥𝘦 𝘷𝘰𝘤êOnde histórias criam vida. Descubra agora