capítulo 37

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Freen

Bec é muito frágil, muitas vezes tenho medo que ela quebre completamente. Qualquer coisa que aconteça, por menor que seja, a afeta como se fosse algo totalmente sério, e isso porque quando algo ruim acontece, os problemas do passado a atormentam.

Fico na cama por um momento, olhando para ela com um sorriso. O alarme do meu celular tocou e a morena nem percebeu.

Saio da cama lentamente, tentando não incomodá-la, e caminho em direção à porta do quarto. Ao sair, ainda sorrindo, vou em direção à cozinha.

Na noite anterior, quando escrevi para Irin avisando à garota que iria para o apartamento, ela não hesitou em responder que não havia problema, que então dormiria na casa de Noey.

Começo a preparar o café da manhã e não percebo o momento em que Rebecca aparece na cozinha, me causando um grande susto.

- Eu deveria fazer o café da manhã - ela diz enquanto boceja. Eu balanço minha cabeça, sorrindo para ela.

- Levantei primeiro, quero fazer isso - respondo. Becky nega.

- Mas esta é a minha casa.

- E também é a casa da minha grande amiga Irin, tenho meus direitos. - Acuso, olhando para ela. Bec suspira.

- Ok, faça você mesma o café da manhã - ela responde antes de se virar e desaparecer no corredor.

A rotina da morena pela manhã é levantar, tomar banho, tomar café da manhã e depois ir estudar. Eu sei disso porque ela sempre faz isso.

Termino de preparar o café da manhã e deixo as xícaras na mesa da sala. Becky demora um pouco para sair do banheiro, por isso já tomei café da manhã para preparar tudo para ir estudar hoje.

- Você não trouxe sua mochila? – Ela lembra enquanto seca o cabelo com a toalha. Eu aceno, rindo.

- Sim, eu trouxe, amor. Está no meu carro - digo, deixando um beijo em seus lábios. - Havia duas possibilidades: uma era que você não falasse comigo e me expulsasse de sua casa, e a outra era que eu passasse a noite aqui.

Becky sorri, fazendo suas bochechas ficarem vermelhas, e ela parece realmente fofa.

- Eu te amo, - ela admite. Eu aceno, deixando um beijo em sua bochecha.

- Eu também, - respondo. - Agora você deve tomar café da manhã, não quero me atrasar para a Literatura.

- Aquela senhora nos odeia, - diz ela, suspirando. - Somos as melhores alunas da turma e ela nos odeia da mesma forma, não ama ninguém.

- Becky, você quase não presta atenção no assunto.

- Mas posso sentir o ódio dela sem olhar para ela, - sussurra a morena, ao que eu começo a rir.

- Becca, ela não nos odeia, ela só... - Tento encontrar as palavras certas. - Ela simplesmente não gosta quando você não presta atenção nas aulas dela.

- Ela me aborrece, - diz ela com confiança depois de tomar um gole de café. - Além disso, embora eu não preste atenção nisso, eu acerto nos testes.

- Ainda não tivemos provas - acuso.

- Mas aquela senhora já me conhece de anos anteriores, e sabe que sou assim. - Ela diz, e então sorri. - Não posso me culpar se tenho você por perto.

- Então a culpa é minha? – Eu pergunto, minha namorada assente.

- A culpa é sua por ser sexy demais, - ela responde, e aparentemente disse isso sem pensar, e é por isso que suas bochechas estão vermelhas.

- Você me acha sexy? – Pergunto me jogando em cima dela no sofá quando ela deixa a xícara na mesa.

- Eu... hum... bem... - Ela diz enquanto suas bochechas ganham ainda mais cor.

- Eu acho que você é a coisa mais linda que existe no planeta – Respondo, fazendo-a corar ainda mais. - E eu te amo.

- Eu também te amo, Freenky, - ela sussurra antes de se aproximar um pouco mais de mim e me beijar.

É um beijo carinhoso, mas rapidamente ganha velocidade. Ouço a porta se abrir e depois uma risada.

- Desculpem estragar o momento, pombinhas, mas tenho que pegar minha mochila. - Ela diz enquanto caminha em direção ao seu quarto.

Separo-me de Rebecca, dando-lhe um sorriso, e a inglesa não demora muito para tomar seu café da manhã completamente. Ela coloca o copo na mesa para lavar mais tarde e pega sua mochila.

- Vamos, - ela diz. Eu aceno e ando com ela em direção à porta.

No corredor, encontramos Irin e Noey se beijando, então sorrimos para elas e entramos todos no elevador.

No estacionamento, Noey vai com Irin no carro da garota, e Becky vai comigo.

Rebecca fica olhando pela janela em silêncio, enquanto uma música que não conheço começa a tocar no rádio. Eu mantenho meus olhos na estrada e, com uma mão, mudo o canal do rádio, começando a tocar uma música que nós duas conhecemos.

Começamos a cantar, rindo. Sem dúvida, a música da banda preferida da Bec sempre acaba nos deixando felizes.

Quando chegamos ao instituto, entramos de mãos dadas. Becky está sorrindo, e isso me deixa muito feliz. Na noite anterior, Irin me explicou que a garota estava realmente deprimida, que tentou animá-la o dia todo, mas não conseguiu.

Fico feliz em saber que a inglesa se sente feliz por estar comigo.

Talvez eu não a conheça há muito tempo, mas sem dúvida estou verdadeiramente apaixonada pela minha Nong, que cora por qualquer elogio que eu lhe faça.

Rebecca é inocente. Apesar de toda a merda que aconteceu em sua vida, ela continua assim, mostrando sua luz para todos aqueles que a conhecem.

Porque, para mim, Becky é leve. Ela irradia a cada sorriso que dá, e se mantém forte mesmo que às vezes não perceba. Pois, embora os demônios do passado a persigam, ela sempre se levanta.

Talvez às vezes com a minha ajuda, mas outras vezes ela fez isso sozinha. Ela conseguiu passar por dois anos de depressão.

E agora que a conheci, farei com que ela sorria quantas vezes puder. Estarei ao lado dela ao acordar de manhã, prepararei o café da manhã para ela, vou mimá-la, mas acima de tudo vou ajudá-la a sair daquele buraco do qual ela certamente pensa que não há saída.

Mas... existe, e adorarei ser aquela luz que mostra à Bec que a vida pode continuar e que a felicidade não é algo que ela não possa alcançar.

𝘈𝘪𝘯𝘥𝘢 𝘭𝘦𝘮𝘣𝘳𝘰 𝘥𝘦 𝘷𝘰𝘤êOnde histórias criam vida. Descubra agora