Bom, lancei todo o final da fic para vocês. São 24 caps no total. Desculpem se tiver algum erro. Virei a noite fazendo isso tudo, o cansaço tá nas alturas, então deve ter passado alguma coisa. Podem me marcar onde acharem. Não fiz sozinha, recebi uma boa ajuda dessas discípulas. Obrigada, meninas! Até mais.
NadjaTamara lenda458 PinkTulipsF_ yayarcanjo
Becky
É o que costumo dizer a mim mesma sempre que me sinto mal. Essas palavras simples saíram da boca de Sam há quase três anos.
Lembro-me de quando ela me contou, eu não tinha entendido o porquê e ainda não consigo entender. Sem dúvida, essas palavras me marcaram, tanto que costumo me lembrar delas nos momentos tristes.
Irin tenta me animar, mas fica impossível. A garota vem tentando me fazer sorrir o dia todo, mas sem sucesso.
A garota olha para mim com uma careta, mas tenta esconder sorrindo depois de alguns minutos.
- Vou dizer a Noey que não posso sair com ela hoje - diz ela, pegando o telefone, e balanço a cabeça.
- Você não deveria ir. Vou ficar bem - garanto, escondendo o rosto no travesseiro do sofá. Encontro-me deitada ali e não tenho intenção de ir para o meu quarto.
- Becky, você não foi estudar hoje, passou o dia inteiro no sofá chorando, definitivamente não está bem - ela diz, e posso perceber que seus olhos estão vidrados, mas ela não deixa qualquer lágrima sair deles.
Ela está se segurando, por mim. Certamente ela pensa que deve ser forte, mas a única coisa que sinto agora é que não importa quanta força as pessoas ao meu redor me dêem, nunca mais serei capaz de me levantar e sorrir novamente.
- Sim, estou bem - digo com a voz quebrada, sinto que tudo está assim, quebrado.
Irin permanece em silêncio e finalmente decide sair do apartamento. Me pareceu estranho que ela confiasse na minha palavra, mas pelo menos estou feliz de certa forma que ela sairá com Noey e a garota a fará sorrir.
Irin merece ser feliz.
Mantenho meu rosto escondido no travesseiro, sentindo as lágrimas escorrerem livremente dos meus olhos. Não consegui escrever para Freen, me sinto mal pensando que ela sabe a verdade e acho que não tenho coragem suficiente para enfrentá-la.
Ouço alguém bater na porta, então me levanto lentamente do sofá e ando em direção a ela na mesma velocidade.
- Quem é? - pergunto sem obter respostas."
Levanto a sobrancelha e decido abri-la lentamente.
Meu olhar encontra o dela e sinto meu coração disparar. Sarocha olha para mim, e não consigo ver nenhum tipo de emoção em seu rosto. Não sei se ela está triste ou feliz.
- Posso passar? – Ela pergunta de forma neutra. Eu aceno, suspirando, e passo para o lado, deixando-a entrar.
Irin sabia que ela viria, por isso me deixou sozinha.
- Do que você precisa? – Pergunto, sentindo minha voz falhar ao fechar a porta.
- Conversar - é a única coisa que ela diz.
Sinto uma tensão entre nós, e dói. Nenhuma de nós sorri, nenhum de nós tem intenção de fazê-lo. Sinto que estamos ambas igualmente quebradas.
- Como...? – Pergunto. Ela suspira, sentada no sofá.
- Mamãe me contou - ela explica, colocando as duas mãos no rosto. - Mostrei a ela uma foto sua, e ela a reconheceu.
Balanço a cabeça, olhando para o chão. De cabeça baixa, já que não consigo manter contato visual com ela por muito tempo. Eu cairia em lágrimas ali mesmo.
- Rebecca, você... - Ela sussurra, se levantando e se aproximando de mim lentamente. Mas assim que percebo isso, me afasto.
- Me perdoa? - Digo, já sentindo as lágrimas escorrendo pelo meu rosto. - Tudo é minha culpa.
- Bec, não foi... - Ela diz, mas eu não aguento isso, não aguento mais gente falando isso.
- Sim, foi! - Grito, chorando, encostando minhas costas na parede. - V-você não entende, você não estava lá. E-foi ideia minha sair da festa, Sam não queria, mas eu a convenci.
Lágrimas caem pelo meu rosto ao lembrar de tudo isso, e não percebo o momento em que fico sentada no chão, imóvel, com as costas apoiadas na parede.
- E-Eu me sinto culpada pela morte dela. Todo mundo tenta não ser assim, mas eu simplesmente sinto isso. Todos os dias acordo lembrando que Sam morreu em meus braços e que seu assassino nunca foi encontrado - digo, chorando. Sarocha se senta ao meu lado, mas ainda não olho para ela.
- Becky, amor... - Ela tenta, mas eu balanço a cabeça.
- Não me chame de amor. Foi minha culpa que sua prima morreu - digo, e sei que minhas palavras foram fortes o suficiente, porque ouço como Sarocha começa a soluçar.
- Baby, olhe para mim - ela pede com a voz quebrada.
- Não posso, Sar - digo, chorando, ainda olhando para o chão.
- Por favor - ela pede, levantando lentamente meu rosto com um dedo no queixo, fazendo nossos olhos se encontrarem. - Querida, não foi sua culpa.
- Sim, foi - respondo com a voz quebrada.
- Não, não foi. Você não sabia o que aconteceria quando saísse daquela festa. Ninguém pode saber o futuro. Você não sabe que se tivesse ficado lá, algo semelhante poderia ter acontecido mais tarde, porque ninguém sabe o futuro. Amor, a culpa não foi sua – Ela diz enquanto sorri fracamente. - Não estou com raiva de você. Sim, algo me deixou com raiva, que foi o fato de você provavelmente se sentir culpada por isso, quando a culpa não foi sua. Eu te amo, baby.
Não consigo perceber o momento em que os lábios de Freen encontram os meus e, embora ambos continuemos chorando, isso nos faz sentir melhor.
Sempre tive medo de falar sobre a morte de Sam. Embora soubesse que muitas pessoas tinham consciência do que havia acontecido, nunca consegui dizer-lhes uma palavra sobre o que aconteceu naquela noite.
Mas com Freen, sim, consegui contar a ela o que havia vivido. Talvez não tanto, mas pelo menos consegui falar sobre isso. E isso me dá um pouco de esperança, de que talvez eu esteja progredindo lentamente.
Talvez eu esteja me recompondo com a ajuda de Freen.
Entre beijos e mais lágrimas, acabamos na minha cama, abraçadas. Talvez ainda estejamos chorando pelo que aconteceu há dois anos, mas sabemos que se estivermos assim, juntas, tudo vai melhorar.
- Eu também te amo, Sar - Sussurro antes de fechar os olhos e perceber como a morena entrelaça a mão na minha.
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𝘈𝘪𝘯𝘥𝘢 𝘭𝘦𝘮𝘣𝘳𝘰 𝘥𝘦 𝘷𝘰𝘤ê
FanfictionO que aconteceria se você testemunhasse a morte da sua melhor amiga? E se a lembrança disso te atormentasse em cada ação que você realizasse? Rebecca convive com a culpa de não ter ajudado sua amiga naquele momento e sente-se vazia, descartada. Com...