Caramelo ignorava limites de velocidade, já que todas as placas da estrada já haviam se enferrujado, tornando-se ilegíveis.
Inocência gritava de animação, debochando do pavor de Porcelana. A coitada agarrava o banco da Carla, prestes a chorar. Caramelo ignorava toda a agitação, sentindo a velocidade congelar seu rosto e seus cabelos com o vento. Fechou o vidro, triste por ter que fazê-lo. Mas sua cara valia mais do que o sentimento de aventura.
Ainda em alta velocidade, como bons jovens sem noção que eram, eles começaram a gritar e cantar alguma música de viagem. Porcelana se sentia num filme de terror que se passava dentro de uma excursão da escola.
De repente, o motor parou.
—Ah, que?! – Teodoro deu um soco na direção, fazendo a Carla apitar. – Desculpa...
Lentamente o veículo foi perdendo força, até parar no meio da estrada, já bem próximo de Castle Hill.
— Dá pra ir a pé? – perguntou Inocência.
— Dá. Mas só se for a gente. E eu não quero abandonar a Carla aqui. Até que a gente volte ela vai ser atacada por monstros. – disse Teodoro. – Será que não tem como um de nós ir pra lá buscar ajuda?
— Eu iria com Porcelana, se a bichinha não fosse tão medrosa.
— Porcelana? – Teodoro se virou para trás.
Ela estava toda encolhida no canto da Carla, chorando. Isso chocou Teodoro, despertando misericórdia naquele coração jovem.
— Porcelana...
— Que foi? – Inocência não entendia o tom triste com o qual ele falava o nome dela.
— Ela tá chorando. – ele olhou rapidamente para Bianca e depois voltou o olhar.
"Ah, quando eu choro ninguém tá nem aí. Mas quando a bebê ali chora, todo mundo fica comovido" pensou Inocência.
— Porcelana...?
— O que é?! – ela gritou, tirando a boca do meio dos joelhos rapidamente, para deixar sua voz ser ouvida.
—... – Teodoro se voltou para frente. – E agora?
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A Cidade do Sol
Science FictionEm um continente que só chove, o sol é a única esperança. Desde que os céus fecharam, as vidas dos habitantes de Belarus se tornaram frias e sem sentido. Numa busca desesperada por propósito, adolescentes começam a desenvolver o que chamam de "maldi...