Fazia tanto tempo desde que Amaldiçoado tomara um banho que quando viu a piscina de água quente, sentiu uma tremenda nostalgia. Querido deixara três bacias: uma cheia de shampoo, outra cheia de condicionador, e a última com sabonetes, uma escova e toalhas.
Ninguém se importou em despir-se. Estavam dentro de um dos quartos do sótão, que só tinha uma janela no alto. Não havia alguém para amaldiçoa-los, para querer matá-los. Estavam seguros.
Amaldiçoado e Aparelhado entraram na água, e uma relaxante sensação de prazer tocou suas peles, por baixo do pelo. Toda a terra das mãos e das unhas de Vinícius foi lavada. As cobras do seu cabelo se espantaram com o quente repentino da água e escapuliram pelas frestas das paredes. As feridas das pernas estavam limpas e pareciam ter sarado finalmente. Quando a limpeza superficial terminara, ele começou a lavar seu cabelo e pelo com o shampoo, e não conseguia parar de sorrir no processo.
Amaldiçoado estava mais desconfiado. Demorou um pouco até mergulhar na água, e acalmar todos os seus nervos. Lembrava de ter tomado banho quando ainda era criança, e nem sonhava com maldições...
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A Cidade do Sol
Science FictionEm um continente que só chove, o sol é a única esperança. Desde que os céus fecharam, as vidas dos habitantes de Belarus se tornaram frias e sem sentido. Numa busca desesperada por propósito, adolescentes começam a desenvolver o que chamam de "maldi...