143 - Prenome.

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Porcelana, ao perceber que não descobriria algo naquele dia, voltou para casa. Era quase noite, e Nazaré a esperava no portão. A menina estranhou, mas entrou em casa com naturalidade. O jantar foi servido em silêncio, e os pratos foram lavados no mesmo silêncio.

A menina foi até o seu quarto e lá ficou pensando no que faria no dia seguinte.

– Como foi? – Nazaré apareceu no umbral da porta, quase como um fantasma. Porcelana teve um susto.

– Bata na porta antes de falar! – a menina se agitou.

Nazaré bateu na porta.

– Como foi?

– Foi normal. Não achei nada de mais.

– Que pena. – ela suspirou. – Acho que isso pode te ajudar...

A mulher pôs um papel na escrivaninha de Porcelana e foi embora, fechando a porta atrás de si. A menina foi até lá vagarosamente, e analisou o papel que ela tinha dado. Chocou-se quando percebeu que era o seu atestado de existência, ou, como chamamos, certidão de nascimento. Normalmente dava-se esse documento após uma celebração que podia ser feita dos 15 aos 18 anos de idade. Era quando o jovem deixava de ter o nome "apelidado" para conhecer e usar seu nome real.

Porcelana olhou as informações do documento. Seu pai não constava ali: chamava-se "PAI DESCONHECIDO". Sua mãe estava lá: Nazaré Carvalho Oliveira Marques Pardal. E seu nome era...

Cecília Pardal Mondret

– De onde veio esse nome? – perguntou a menina.


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