62 - Cavaleiros.

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Bernardo trouxera uma jarra de chá e uma jarra de hidromel. O chá estava bom. Amaldiçoado não parava de sorrir com aquele gosto doce da camomila, aprimorado com um pouco de açúcar.

– Rapaz, você gosta muito desse chá, ein? – o rei até se espantava com tamanha felicidade.

– Faz tanto tempo que tomei algo bom e quentinho como isso... Ah, é muito bom. – comentou Amaldiçoado.

Querido não gostava de chá. Bebeu o hidromel quase todo. Vinícius quis tentar misturar os dois, mas acabou só bebendo o chá.

– Aliás, trouxe vocês aqui para apresentar uma ideia que tive. – disse o rei. – Seus nomes lhe trazem más memórias, quero mudá-los.

– Mudar como? – perguntou Aparelhado.

– Ninguém aqui sabe que seus nomes são esses. Podemos chamá-los de outros nomes, e os meus súditos farão o mesmo.

– Por que não simplesmente nos chamam pelo nosso nome de verdade?

...Isso seria rude da sua parte. – ficou com um semblante preocupado.

– Por quê? – perguntou Amaldiçoado.

– Quando te chamam pelo seu nome de nascido, estão dizendo que não se importam com a impressão que têm de você. – respondeu Querido, um pouco sonolento.

– Isso não deveria importar, deveria?

– Você não se importa com nada que eu fiz por vocês? – o rei levantou as sobrancelhas, triste.

– Sim, mas...

– Então, por favor, aceite os nomes que eu lhes darei.

Amaldiçoado não rebateu. Ver tristeza no rosto daquele bondoso homem lhe doía muito.

– Muito bem. – ao perceber que eles concordavam, Bernardo deu um sorriso tranquilo. Levantou-se. Querido também o fez. – Eu, pela minha autoridade de rei, e em nome de todos os cidadãos de Castle Hill, nomeio você – bateu nos dois ombros de Amaldiçoado, porque esquecera de trazer a espada – com o novo nome de Bendito. E a você, – bateu nos dois ombros de Aparelhado – te ponho o nome de Amado.

– Vocês agora são cavaleiros, parabéns. – disse Querido com ironia.

Os dois riram, e o rei comemorou. Depois da comemoração sublime, o Bernardo foi embora e os três dormiram naquele quarto.


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