76 - Laboratório.

1 0 0
                                    

– Não consegue dormir, Bendito? – o rei já começava a se preocupar.

– É o barulho dos trovões, somente. – e Bendito logo o acalmou.

– Sente-se. Estamos conversando. – puxou uma cadeira.

– Que lugar é esse? – ele sentou-se.

– Meu laboratório. Na verdade, laboratório . Agora ele é uma espécie de enfermaria.

– Legal... – Amaldiçoado pensou em contar ao rei sobre o sobrinho. – Aliás, aquela outra porta é o que?

– A garagem do porão. Por quê?

– Eu acho que seria bom trancá-la...

– Já fiz isso. Caramelo é meio doido por aquela Kombi, já previ que ele ia tentar alguma coisa.

Bendito suspirou aliviado.

– Ele estava no corredor? – perguntou o rei.

– Sim, estava. – respondeu Bendito.

– Aquele menino não tem jeito mesmo... – riu.

Ficaram em silêncio por um tempo.

– Aliás, o senhor sabe de alguma coisa sobre uma árvore de sol? – Bendito estava faminto por informações daquela árvore. Não conseguia tirá-la da cabeça.

– Árvore de sol? Como assim? – o rei parecia confuso.

– Uma árvore com desenho de sol no tronco.

– Só vi isso uma vez, e foi num livro...

– Eu já vi uma marca de sol numa das árvores lá de fora. – disse Querido.

– Subiu nela? – Bendito ficou curioso.

– Não.

– Eu já. Ela tinha uma espécie de teto, por dentro. Era como uma casa.

– Que interessante. – o rei sorriu como um pai agraciado pelas descobertas de um filho.

– Além disso, ela me protegeu de um monstro completo, com uma luz. – não falou da vez que tentou se matar. Mas lembrava disso também. – Tem alguma coisa naquela árvore que eu não consigo entender. Alguma coisa muito boa.

– Por que vocês não vão atrás dela amanhã? – sugeriu Bernardo. – Talvez consigam descobrir alguma coisa juntos.

– Ok. – Querido concordou com rapidez.

– Certo... – Bendito nunca esteve tão animado.

A Cidade do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora