135 - Viver.

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Já na estrada, ambos dentro da Carla, Jorge e Amado seguiam a estrada que levava para o Oeste, para Belarus, e para a praia. Jorge parecia tão feliz segurando o volante daquela Kombi, como uma criança que nunca tinha conhecido a tristeza. Cantarolava e batucava músicas com os dedos, da época em que era jovem e namorador. Vinícius apenas olhava toda aquela alegria.

– Você já foi alguma vez na praia? – perguntou Jorge.

– Já. Quase me afoguei. – respondeu Amado.

– Que ruim. Estava com sua família?

– Sim, com meus tios. Eles me ajudaram.

– Eu queria uma família. A mulher que eu gostava se casou com outro. Esse outro largou o filho quando Castle Hill se tornou o que é hoje. Nunca sentiu falta do menino...

– Que babaca.

– Sim, só que ele era um babaca mais bonito, mais legal e mais ousado. Eu sempre fui só um botânico.

– Esse mundo precisa muito de botânicos. – Vinícius olhou para a floresta. – Se não tudo isso vai morrer.

– Isso é verdade... – voltou a batucar. – Tenho que me manter vivo pra manter tudo isto vivo. Até o sol voltar.

– Até o sol voltar...

Here comes the sun, doo doo doo doo...


A Cidade do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora