86 - Barata.

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Castigada pelas memórias despertas em seu último sonho, Porcelana retorna à Belarus, sua cidade natal. Ver aquelas muralhas novamente lhe fez lembrar do motivo de ter saído de lá. Eram muito seguras.

O carro entrou pelo mesmo portão por onde ela tinha saído, e ela se lembrou da ameaça que Teodoro fez, se alguma coisa acontecesse à Carla.

Voltando a andar pelas ruas de Belarus, Porcelana identificava, a cada esquina, a casa de alguma de suas colegas de classe, e conseguia dizer com precisão que tipo de pessoa achava que era.

Tudo era tão cheio de memórias, de rostos, de vozes, que a cabeça de Porcelana doía só de resgatar tanta informação. Ela fechou os olhos pra tentar parar o processo, mas mesmo o escuro lhe trazia lembranças, as mais terríveis... (Como de quando ela ouviu uma barata voando no meio da noite no seu quarto, e saiu correndo pra ter que ligar a luz, mas quando ligou, ela tentou subir no seu braço. Porcelana gritara muito naquela noite, conseguiu acordar metade da vizinhança.)

Ao abrir os olhos de novo, a menina percebeu que o carro já estava na sua rua. Ele andou alguns metros, e então parou bem em frente a sua casa. Os policiais abriram a porta para Nazaré e ela desceu primeiro, e em seguida desceu Porcelana. Elas abriram o portão de casa, o fecharam atrás de si e entraram na residência. Sem ter mais o que fazer ali, os policiais de Belarus foram embora.


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