45 - Nomes.

2 0 0
                                    

O rei, gordo e ruivo, os encarou de alguns poucos metros de distância.

-- Ah, Querido! – sorriu.

– Oi pai. – disse o corcunda da pá.

– Quem são eles?

– Visitantes.

– Perguntou o nome deles?

– ...Esqueci.

– Quais seus nomes, rapazes? – o rei se voltou para eles.

– Quer o nome verdadeiro ou o nome que me deram? – perguntou Amaldiçoado, lembrando da última vez que tinham perguntado seu nome.

– Não me interessa seus nomes verdadeiros. Como te chamam?

– Amaldiçoado.

–Oh... – na feição do rei se misturou tristeza e piedade. – Esse é um terrível nome. E o seu, meu bom garoto?

– Aparelhado. – disse Vinícius.

– Por quê?

– Uso aparelho nos dentes. – sorriu para mostrar.

– Sim, entendo, entendo. – o rei estava impressionado com a variedade de significados que a aquela palavra tinha. – Bom... sejam bem-vindos a Castle Hill. Eu sou o rei, e essa mansão onde estamos foi minha, algum dia. – sorriu. – Agora é onde vivem todos os meus súditos, juntinhos comigo.

– Isso tudo era só seu?! – deixou escapar Aparelhado.

– Já fui muito egoísta. Mas depois que perdi metade do meu reino num ataque desses monstros completos.... Nunca mais, nunca mais. – ficou pensativo, relembrando as más memórias.

Os três meio monstros, de alguma forma, se sentiram culpados.

– Vocês não precisam temer. – o rei lia cada olhar com uma precisão estonteante. – Podem parecer com eles agora, mas depois que se lavarem adequadamente e vestirem roupas novas, se afastarão da sua monstruosidade. Leve-os, Querido. Torne-os humanos novamente, como eu fiz com você.

–Sim, pai.


A Cidade do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora