136 - Céu.

2 0 0
                                    

Bendito acordou com uma forte luz no rosto. Ele franziu os olhos, e pôs a mão em frente ao seu rosto. Suor escorria do seu rosto animalesco, e ele sentia aquecido como nunca. Bendito tirou o moletom que vestia e ficou apenas com a camisa de mangas longas e gola alta por baixo. Olhou para cima.

Um imenso azul se estendia além dos limites dos seus próprios olhos. Era grandioso, sem limites. Sua cor invadiu os olhos amaldiçoados do meio monstro, e ele não conseguia parar de olhar para cima. Para o que as nuvens tinham escondido por tanto tempo. Então aquilo era o que chamavam de céu?

O meio monstro estava boquiaberto, encarando tudo aquilo sentado.

– Querido? – chamou. – Querido... venha ver isso...

Quando percebeu que o outro não estava ali, estranhou e começou a chamá-lo. "Querido! Querido!" gritava. Mas não se ouvia resposta. Bendito se levantou e percebeu que estava pisando em algo semelhante a areia. Uma areia tão branca como as nuvens.

– Espera. Onde é que eu estou? Eu lembro que estava na árvore há pouco tempo atrás e...

A árvore de sol.

Bendito olhou para baixo e notou o desenho do sol. Aquele desenho não brilhava como os outros, parecia ofuscado pela luz maior do lugar. O meio monstro, então, olhou para a luz que o acordara. Um ponto brilhante estava acima, pendurado no azul. Encarou um pouco aquilo, e percebeu que era aquela mesma luz forte e confortável da visão que tivera em Castle Hill...

– Espera... Isso é... – ele começou a raciocinar. – O SOL?! – ele gritou, espantado. – AQUILO É O SOL?! – e abriu-se um sorriso no seu rosto. – EU NÃO ACREDITO! EU ESTOU VENDO O SOL! EU ESTOU VENDO O SOL!

E começou a comemorar.


A Cidade do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora