Irmãos

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-Alguma coisa muito estranha está acontecendo, com certeza. - constatou Edmundo, conversando com Pedro no dia seguinte.

Os dois tinham acordado mais cedo do que suas irmãs, e estavam na cozinha comendo um pouco enquanto conversavam sobre a madrugada anterior.

-Ah, mas você sempre teve pesadelos. Desde que éramos crianças e fomos para Nárnia, Ed. - pontuou seu irmão, colocando geleia em uma torrada.

-Eu sei, mas eu nunca mais tinha tido pesadelos, muito menos por uma semana inteira. Já tem uma semana que eu tenho tido um pesadelo todas as noites, e além disso... - Edmundo se interrompeu.

-Além disso o quê? - perguntou o mais velho, olhando para ele.

-Bom, aconteceu uma coisa muito estranha ontem à noite. Muito estranha mesmo.

-O que foi?

Edmundo respirou fundo e contou dos acontecimentos que tinham se passado na noite de jogos com seus irmãos e cunhados. Ao chegar no final da narrativa, ele percebeu que seu irmão mais velho estava olhando fixamente para sua xícara de café, aparentemente um pouco confuso.

-Isso não faz o menor sentido, confesso que não entendi nada. - disse Pedro, finalmente.

-Eu tenho cara de que entendi? - bufou Edmundo, mordendo uma maçã.

-Ah, para. 

-Ok.

-Já parou para pensar que talvez seja por causa das férias de verão? Tipo, ano passado nós fomos para Nárnia nas férias de verão, então...

-Como assim? 

-Olha, já faz um ano que nós fomos para Nárnia. Então, é óbvio que você deve estar se perguntando mais do que nunca como Aurora está, e com medo de que algo tenha acontecido, etc.. Isso pode estar resultando nos pesadelos.

-Tá, mas e quanto aos meus poderes?

-Sei lá. - o mais velho deu de ombros.

Seguiram-se alguns instantes de silêncio, durante os quais Edmundo comia sua maçã e Pedro olhava fixamente para seu prato, como se estivesse tão absorto em seus pensamentos que nem se lembrava mais de comer. E eu temo que isso talvez fosse verdade.

-Ahn...Pedro? Seu café já deve estar congelando. - brincou Edmundo, apontando para a xícara do irmão e congelando todo o seu conteúdo com seus poderes.

-Você não fez isso, EDMUNDO PEVENSIE! - reclamou Pedro, sem conseguir evitar um sorriso.

-Quem mandou você ser tão lerdo? - riu o mais novo, divertido.

-Ah, é? - sorriu seu irmão, em tom de falsa ofensa. - Vou te mostrar quem aqui é lerdo!

Com um movimento rápido, ele pegou um copo de água em cima da mesa e jogou em seu irmão, que só se deu conta da ação dele quando já estava enxarcado. 

-PEDRO RICHARD PEVENSIE! - repreendeu Edmundo, rindo. - Olha só o que você fez!

-Own, que peninha! Ficou todo molhadinho, foi? - zombou Pedro, quase morrendo de rir. - Desculpe, eu me esqueci de que gatinhos não gostam de água! 

-Não teve graça. - riu seu irmão, virando os olhos. 

-Então por que você está rindo, irmãozinho? - ironizou o mais velho.

-Não é da sua conta! Agora eu vou me enxugar, se você não quiser que eu tenha hipotermia. - sorriu ele, se levantando e indo até a porta.

-Como é dramático, meu Aslam. - disse Pedro, erguendo as mãos comicamente para o céu.

-Hahaha, que engraçado. - disse Edmundo, irônico.

A porta da cozinha se abriu antes mesmo que ele a tocasse, revelando Lúcia. 

-Bom dia, maninhos! - ela sorriu, entrando no cômodo. - Meu Aslam, Ed! Que banho, hein? 

-Diga isso ao Pedro. - brincou ele.

-Ah, a mim? Quem foi que congelou meu café, hm? - riu o mais velho. 

-Enfim...se quiser um abraço eu posso te dar, Lu. - ofereceu Edmundo, rindo.

-Agora não, obrigada! - ela riu, se esquivando dele.

-Por que não? É muito rude negar um abraço para seu irmão, sabia? - brincou ele, indo atrás dela, que se escondeu atrás de Pedro (ele, por sua vez, estava quase morrendo de rir).

-Posso saber o motivo de tanto riso? - perguntou Susana, entrando na cozinha com um sorriso.

Nenhum dos três conseguiu fôlego para falar nada, de tanto que estavam rindo juntos.

Edmundo conseguiu agarrar Lúcia pela cintura, abraçando a mais nova pelas costas e molhando-a enquanto ela pedia socorro a Pedro, rindo até não poder mais. Este puxava a caçula rindo também, e Susana acabou entrando na brincadeira ajudando seu irmão mais velho a "salvar" Lúcia.

Quando finalmente a brincadeira terminou, Lúcia estava montada nas costas de Pedro, e Susana fingia bater em Edmundo, que estava deitado no chão. Todos rindo, sem conseguir parar nem por um instante. E o riso redobrava quando eles admiravam as figuras uns dos outros, cada um mais bagunçado do que o outro.

Foi quando um telefone tocou na sala ao lado. Ainda rindo e com uma Lúcia rebelde (gritando para que ele a largasse) nas costas, Pedro foi atender. Ele finalmente colocou a caçula no chão, falou por alguns instantes e depois desligou, voltando para a cozinha junto com ela.

-Quem era? - perguntou Edmundo, ajudando Susana a se levantar do chão.

-Prissy. Ela convidou a gente pra jantar na casa dela hoje. - respondeu Pedro, ainda arfando um pouco.


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Sim, eu quis me redimir pelo capítulo anterior e escrevi um dos capítulos mais fofos e divertidos da minha vida! Gostaram? 💖

E esse jantar da casa da Priscilla, hein? Ficaram curiosos? Me contem aqui nos comentários que eu quero muito saber 🥰

Espero que estejam gostando ✨

Se estiverem gostando, podem me seguir, compartilhar e...claro, não esqueçam da estrelinha ❤️

Vou tentar postar a continuação o mais breve possível, prometo 😘

Os comentários de vcs me motivam bastante, ent eu peço para que não sejam leitores fantasmas 🥺

Beijos e até breve, Narnianos! Amo vcs 💖

𝑩𝒂𝒄𝒌 𝑻𝒐 𝑵𝒂𝒓𝒏𝒊𝒂 𝟐 | Nas OrigensOnde histórias criam vida. Descubra agora