Pode-se dizer que para nós, os Hackers, a definição de família não é a mesma que para os outros. Nós não criamos filhos, criamos soldados. Somos a maior e mais poderosa máfia do mundo, não por medo, mas sim por respeito. O nosso sucesso? Manter isso...
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"acidentes podem acontecer" 19 de março de 2017 toronto, ontario - canada
— Por favor! — Eu cruzo os dedos e fico literalmente de joelhos na sua frente, mas a senhora diante à mim apenas nega e tenta manter a postura, como se o que eu estivesse a pedir fosse algo simplesmente absurdo demais.
— Você sabe que eu não posso! — Ela nega olhando em volta, mas eu faço um biquinho e a encaro.
— Eu preciso de chocolate, o bebê precisa de chocolate, Rose! Sabe o que acontecem com grávidas que ficam com desejo? O filho nasce com a cara da comida! — Eu falo porque já li muitas histórias a esse respeito.
Principalmente minha tia que tinha desejo por tomate e não os comia, não preciso nem dizer que meu primo nasceu com a cara gorducha e ficava sempre vermelho de maneira rápida.
— Se o bebê nascer negro, você vai ter realmente muito o que explicar para o Hacker, pois acho difícil ser dele. — Ela fala segurando o riso, achando graça. — A menos que seja chocolate branco. — E ela brinca mais, pela primeira vez me deixando ver esse seu lado mais descontraído.
— Rose, pare de rir da minhas desgraça! Eu estou a mais de um mês sem por um açúcar na boca, vou ficar louca! Eu não aguento mais comer essas ervilhas. — Minha vontade é de jogar o prato longe, só não faço isso porque sei que no final ela é quem vai precisar limpar a sujeira depois.
— Nada disso, se vai fazer algo errado, faça sem que eu saiba. Assim eu não me meto em problemas. — Ela sorri, mas quando ouvimos passos se aproximando ela realmente fica calada, baixando a cabeça ao notar que é o grande senhor Hacker.
— Eu dei ordens restritas, nada de ficar pela cozinha. — Ele fala ao me analisar, mas eu rolo os olhos e aperto mais ervilhas com o garfo que tenho em mãos.
— Quer que eu coma onde? No porão? — Ironizo e coloco mais ervilhas na boca, fazendo uma careta nada boa mesmo. — Sabe, para quem é rico você tem um péssimo gosto para alimentos. Com esse dinheiro, podia comprar coisas saudáveis e gostosas. — E como de costume, ele me ignora. Falando em como gastar o dinheiro, me lembrei de algo que estou a já faz uns dias para pedir a ele. — Hacker, eu preciso mesmo de um computador ou celular, eu estou perdendo a minha cabeça aqui dentro!
— Não. — Que novidade.
— Por quê? — Ele vai até a geladeira e abre a mesma, pegando uma cerveja e me encarando.
— Porque é algo que vai te dar lazer, e não faz parte do contrato eu te dar algo que vá deixar você feliz. — Ele ironiza, me fazendo bufar.