"pra cima e pra baixo"
4 de setembro de 2017
toronto, ontário - canadá— Não dormiu bem? — Meu pai ironiza quando se senta na enorme mesa da sala de jantar, bem de frente à mim.
— Sinceramente, não. Então planejo voltar a dormir depois que tiver arrumar mais uma de suas merdas. — Eu digo com calma enquanto vejo as coisas frescas do café da manhã serem postas diante de nós, para em seguida começarmos a nos servir.
— O pior é que dessa vez a merda é para nós os dois. — Ele fala ao beber um pouco do café, me fazendo estranhar na hora e arquear a sobrancelha.
— O que quer dizer com isso?
— Que seus tios estão irritados, com nós os dois. — E isso não me surpreende.
— Eles nunca gostaram da gente, mas não me afeta eles estarem ou não irritados.
— Eles estão começando a desobedecer, Vincent. — E eu aperto com força o garfo em minha mão, o levando até o meu prato e pegando um pouco do atum que eu tinha ali.
— Quem eu preciso matar? — Pergunto ao encostar minhas costas na cadeira e ergo a cabeça, encarando seu rosto.
— Dessa vez não será assim tão fácil.
— Já matamos um de seus irmãos à mais de 6 anos atrás, fazer isso agora não vai ser nenhum desafio. — E falo de forma sincera. Todos os meus tios sabem como as coisas andam quando é relacionado ao tráfico ou a máfia em geral, não tenho a mínima tolerância que seja porque não sou obrigado.
— Eles são três, juntamente com os seus primos. Por isso que vim tratar com você sobre isso, pois estamos pisando em um terreno delicado. — E desde quando ele se assusta assim com os seus irmãos? Porra, parece a merda de uma criança.
— Delicado de qual modo? Se algum deles abrir a boca, se afunda junto. E eles não podem nem sonhar em tentar virar seus homens contra nós, pois todos sabem que nós somos os dois do topo. Eu simplesmente não tenho tempo ou sequer paciência para todo esse drama familiar que é extremamente desnecessário.
— Desnecessário até eles vierem cobrar pelas mortes que já cometemos. Imagine se eles vão atrás dos gêmeos?
— Eu mato qualquer um deles antes mesmo de eles pisarem na minha casa. — E falo sério, seguindo a comer como se de fato estivéssemos tendo uma conversa bem casual entre pai e filho. — O que eles estão falando?
— Oliver parou de mandar as finanças mensais, ele simplesmente está vendendo, comprando, gastando e não avisa quem são os fornecedores e nem os consumidores. Ele está agindo como se comandasse tudo sozinho e não devesse satisfação para ninguém, não nos deixando avaliar como foi seu desempenho mensal. — E eu respiro fundo, sabendo que apenas uma ligação minha faria o filho da puta voltar ao seu lugar.
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criminal blood.
FanfictionPode-se dizer que para nós, os Hackers, a definição de família não é a mesma que para os outros. Nós não criamos filhos, criamos soldados. Somos a maior e mais poderosa máfia do mundo, não por medo, mas sim por respeito. O nosso sucesso? Manter isso...